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Incidência de bicudo-do-algodoeiro cresce mais de 500% no Mato Grosso

Superpopulação de bicudo-do-algodoeiro é grave ameaça à atual safra de algodão


Foto: Pixabay

A temporada de cultivo de algodão no Brasil tem sido marcada por um aumento na população do bicudo-do-algodoeiro (Anthonomus grandis), uma praga conhecida por sua capacidade devastadora nas lavouras, que pode dizimar até 90% de uma lavoura de algodão. Este ano, a preocupação dos cotonicultores se intensificou ainda mais devido ao aumento exponencial da população do inseto, especialmente no estado do Mato Grosso, onde foi registrado um crescimento superior a 500%.

De acordo com Fábio Lemos, gerente de culturas da FMC, empresa de ciências para a agricultura, o aumento da população do bicudo-do-algodoeiro é resultado da união das populações mais tardias da safra anterior com novos grupos que se multiplicaram dentro das plantações de soja. “As chuvas se estenderam no ano passado, possibilitando aos cotonicultores fazerem mais carga do algodão no ponteiro, e por consequência, isso favorece ter populações mais tardias do bicudo. Aliado a isso, tivemos uma condição desfavorável para a destruição da soqueira do algodão, então sobrou muita soqueira, além da tiguera, que é uma planta daninha, no meio da soja. Como foi um começo de ano seco, foi complicado fazer esse controle”, comenta. Esse fenômeno tem contribuído para o alto índice de infestação observado nesta temporada.

Além disso, o crescimento de 13% na área de cultivo de algodão no Brasil nesta safra também tem alimentado a proliferação da praga, afetando todas as lavouras de algodão do país. Com a semeadura já concluída em todas as áreas, os produtores têm recorrido ao manejo com inseticidas químicos, tanto em área total quanto na bordadura, como medida preventiva para mitigar os danos causados pelo bicudo-do-algodoeiro, conforme recomendação de Lemos.

Os dados dos monitoramentos diários do bicudo-do-algodoeiro, obtidos pela plataforma Arc™ farm intelligence da FMC, revelaram um forte aumento da pressão da praga no Mato Grosso e no oeste baiano a partir de junho de 2023, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Isso evidencia a necessidade de redobrar os esforços no manejo da praga ao longo de todo o ciclo da cultura do algodão.

O bicudo-do-algodoeiro representa uma ameaça séria para os produtores de algodão, afetando diretamente a produtividade das lavouras. Sua capacidade de atacar as estruturas reprodutivas da planta pode resultar em perdas de até 90% na produção, representando um desafio significativo para o setor cotonicultor.

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