Como otimizar o uso de herbicidas na cana 

A cana-de-açúcar (Saccharum spp.) é uma cultura essencial para a produção de açúcar, etanol e bioenergia no Brasil. No entanto, o controle de plantas daninhas continua sendo um dos principais desafios para garantir altos rendimentos na lavoura. Naiara Cruz, técnica em agropecuária, explica que o uso correto de herbicidas é uma das estratégias mais eficientes para evitar a competição por água, luz e nutrientes, reduzir a incidência de pragas e facilitar a colheita mecanizada.  

Os herbicidas utilizados na cana-de-açúcar podem ser classificados conforme o momento de aplicação. Os pré-emergentes, como Diuron e Hexazinone, são aplicados antes do surgimento das daninhas, formando uma barreira química no solo. Já os pós-emergentes, como Glyphosate (restrito à dessecação de soqueira) e MSMA, atuam após a germinação das invasoras e podem ser seletivos ou não. Além disso, a ação desses produtos varia conforme seu mecanismo: inibidores da fotossíntese (Diuron), inibidores da síntese de aminoácidos (Glyphosate) e hormônio-auxínicos (2,4-D), que provocam crescimento descontrolado das ervas daninhas.  

Para um controle eficiente e sustentável, é essencial adotar boas práticas na aplicação dos herbicidas. A rotação de princípios ativos evita a resistência das plantas daninhas, enquanto a aplicação na dose correta minimiza impactos ambientais e toxidez na lavoura. Além disso, fatores climáticos, como temperatura e vento, devem ser considerados para evitar deriva e volatilização. O uso de tecnologia de aplicação, como pulverizadores bem regulados e adjuvantes adequados, também aumenta a eficiência dos produtos.  

“O manejo adequado das plantas daninhas na cultura da cana-de-açúcar é essencial para garantir altas produtividades e reduzir custos com capinas manuais e mecanizadas. O uso correto de herbicidas, aliado a boas práticas agrícolas, contribui para o sucesso da lavoura, respeitando o meio ambiente e a segurança dos trabalhadores rurais”, conclui.