Safrinha será decisiva para preços do milho
Em muitas regiões a oferta de milho está esgotada

As cotações do milho, em Chicago, viram o primeiro mês registrar um leve aumento semanal, mesmo com o aumento de área a ser semeada nos EUA, segundo o relatório de intenção de plantio que saiu dia 31/03. O fechamento da quinta-feira (03) ficou em US$ 4,57/bushel, contra US$ 4,50 uma semana antes. A média de março ficou em US$ 4,54/bushel, sendo 6,8% menor do que a média de fevereiro. Em março de 2024 a média havia sido de US$ 4,29/bushel. Já o referido relatório indicou um aumento de 5% na área estadunidense a ser semeada com milho a partir deste mês.
A mesma deverá atingir a 38,6 milhões de hectares. Em contrapartida, os estoques trimestrais, na posição 1º de março, foram reduzidos em 2%, em relação ao mesmo período do ano anterior, ficando em 207,1 milhões de toneladas. E aqui no Brasil, os preços do cereal se estabilizaram, com recuos pontuais, porém, o viés de alta se mantém até, pelo menos, a colheita da safrinha a partir de junho. A média gaúcha fechou a semana em R$ 70,64/saco, enquanto as principais praças locais trabalharam ao redor de R$ 69,00. Por outro lado, no restante do país os preços oscilaram entre R$ 64,00 e R$ 86,00/saco.
Por enquanto, a Conab projeta a segunda safra nacional de milho em 95,5 milhões de toneladas, com aumento de 5,8% sobre o ano anterior. Mas isso irá depender do clima, atualmente uma incógnita cada vez maior no país, dada as grandes variações pluviométricas ocorridas nos últimos anos. Até o momento, o mesmo está se comportando bem para esta safra, mas ainda é cedo para se tirar conclusões. No Mato Grosso, segundo o órgão público, a safrinha de milho poderá chegar a 46,2 milhões de toneladas, ficando 4,2% abaixo da registrada em 2024.
E no Paraná, segundo o Deral, a expectativa é de uma safra ao redor de 15,9 milhões de toneladas, porém, algumas regiões deste estado estão sofrendo com falta de chuvas e muito calor. Por enquanto, em muitas regiões a oferta de milho está esgotada, levando o produto, no mercado disponível, a ultrapassar os R$ 90,00/saco. “Os estoques estão muito baixos, quase inexistentes em algumas regiões, como é o caso de Mato Grosso e partes de Goiás. Em Mato Grosso, maior berço de milho do Brasil, não tem milho disponível". Diante disso, se não vier uma segunda safra a contento, os preços do milho podem subir ainda mais no segundo semestre, particularmente no final do ano. Muito irá depender, então, dos volumes a serem exportados pelo país. Por enquanto, as estimativas de produção final de milho no país giram entre R$ 121 e 130 milhões de toneladas.
Lembrando que a primeira safra já não foi totalmente como se projetava, diminuindo a nova oferta na arrancada do ano. Ainda no Paraná, os técnicos do Deral começam a revisar para baixo a produtividade esperada na segunda safra, devido ao clima, podendo o Estado não confirmar as 15,9 milhões de toneladas. Enquanto isso, a colheita da primeira safra chegou a 95% da área, a qual é proporcionalmente pequena, atingindo um total de apenas 268.000 hectares, contra 2,6 milhões para a segunda safra.