CI

Durante muitos anos, o pico da entressafra do mercado de boi gordo foi outubro. Em 2002 e 2003, isso aconteceu em novemb...



Durante muitos anos, o pico da entressafra do mercado de boi gordo foi outubro. Em 2002 e 2003, isso aconteceu em novembro. Em 23 de setembro, o indicador Esalq/BM&F do boi gordo a vista estava em R$59,14/arroba. O Gráfico 1* mostra que os preços do boi gordo, no mercado físico, passaram por processo de queda desde 11 de agosto, quando atingiu o valor de R$61,80/arroba. Dentre as razões para a depreciação dos preços em plena entressafra, estão o clima seco que prejudicou as pastagens nas principais regiões produtoras – e que intensificou o processo de desova pelos pecuaristas –, a antecipação da entrada no mercado de bois confinados e a continuidade do abate de matrizes. Em 31 de outubro de 2003, o boi gordo em São Paulo a vista estava em R$60,00/arroba e, em 23 de setembro, está em R$59,14/arroba, ou seja, a arroba se desvalorizou em termos nominais. A inflação acumulada entre setembro de 2003 e agosto de 2004, medida pelo IGP–DI da Fundação Getúlio Vargas, foi de 12,37%. Com isso, a arroba do boi neste ano, além de não ter tido a correção real (que seria a inflação), teve desvalorização nominal. A isso adiciona-se o crescimento de custo observado na pecuária neste ano, em decorrência de aumento no custo da mão-de-obra e em alguns importantes insumos. Em 23 de setembro de 2003, a arroba em São Paulo estava em R$59,01/arroba. Assim, se a arroba tivesse tido a correção monetária, deveria estar valendo hoje R$66,35/arroba. No entanto, em função dos fatores citados, além do fraco consumo interno (que é responsável pelo consumo de 83% da produção interna) ocorreu esse quadro de depreciação dos preços da arroba. Entretanto, alguns pecuaristas conseguiram vender sua arroba por preços superiores aos R$66,35/arroba, que seria o preço corrigido pela inflação. O Gráfico 1 apresenta que o contrato futuro outubro/04, com vencimento em 31 de outubro de 2004, teve suas negociações iniciadas em outubro de 2003. No período de sua negociação, os preços da arroba alcançaram valores de R$71,00/arroba, o que permitiu a alguns pecuaristas ganhos reais em sua atividade. Como esses pecuaristas conseguiram esses preços? Por meio do mercado futuro. Cabe lembrar que um vencimento futuro inicia suas negociações com até um ano de antecedência, como ocorreu com o outubro/04. Assim, diariamente, pecuaristas, frigoríficos e investidores avaliam as informações disponíveis e fazem suas compras e vendas de acordo com as informações disponíveis naquele momento. Por isso, em outubro do ano passado, as projeções para este ano eram de R$71,00/arroba em função das expectativas com as exportações. No entanto, o mercado vai corrigindo suas projeções à medida que os fatos vão ocorrendo e, em função disso, o mercado futuro também teve a depreciação de seus preços. Durante todo esse processo, estavam disponíveis aos pecuaristas preços interessantes para a atividade. É importante ao pecuarista lembrar que a proteção de preços, feita no mercado futuro, não deve ser feita toda de uma vez. O pecuarista vai vendendo aos poucos e fazendo preço médio. O pecuarista não deve olhar para o mercado futuro e pensar que, se o preço projetado for R$71,00/arroba, então a arroba poderá subir ainda mais. O que o pecuarista deve analisar é se esse preço permitirá rentabilidade e, se permitir, o pecuarista deverá fixar o preço de uma parcela de sua produção para não correr risco de preço. Para saber mais como operar os contratos futuros de boi gordo e bezerro entre em contato com uma corretora associada pelo site www.bmf.com.br. Não deixe a sua atividade se depreciar em função de uma variação do preço, busque uma proteção já.
Fabiana Salgueiro Perobelli, [email protected] * Os gráficos encontram-se no arquivo em anexo
Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.