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Cotações do trigo ensaiam recuperação

Após o primeiro mês atingir a US$ 5,50/bushel no dia 16, houve recuo



As cotações do trigo, em Chicago, ensaiaram uma recuperação nesta semana, porém, com pouco fôlego. Após o primeiro mês atingir a US$ 5,50/bushel no dia 16, houve recuo, com o fechamento da quinta-feira (19) ficando em US$ 5,33, contra US$ 5,38 uma semana antes. No ano passado, nesta mesma época, o bushel do cereal valia US$ 6,22. Dito isso, a França confirma que suas exportações de trigo macio, neste ano, para fora da União Europeia, serão as mais baixas desde o início do século XXI, portanto, nos últimos 24 anos.

Além de uma produção que é a menor desde a década de 1980, a baixa demanda do norte africano e da China explicam tal realidade. Soma-se a isso, a concorrência do trigo russo, mesmo com as dificuldades de produção também no país asiático. Hoje, a projeção para este tipo de exportação é de apenas 3,5 milhões de toneladas, ou seja, 66% a menos do que no ano anterior.  

E na Rússia, a previsão de safra de trigo voltou a recuar, ficando agora em 78,7 milhões de toneladas para 2025. Se confirmada, será a menor colheita desde 2021. A produção de trigo de inverno está estimada em 50,7 milhões de toneladas, com recuo de 3,6 milhões sobre as projeções anteriores. Assim, as condições para exportação de trigo, por parte da Rússia, são as piores em décadas (cf. Sovecon). E no Brasil, os preços continuam com viés de baixa, sendo que a média gaúcha fechou a semana em R$ 65,27/saco, enquanto o Paraná se manteve em R$ 72,00 em algumas regiões e sem cotação em outras.

No ano passado, nesta mesma época, a média gaúcha era de R$ 63,00 e o Paraná praticava valores de R$ 67,00/saco em suas principais praças. A Conab, em seu último boletim de 2024, apontou a produção nacional em 8,1 milhões de toneladas, sendo 4,1 milhões no Rio Grande do Sul e 2,4 milhões de toneladas no Paraná. O número nacional e gaúcho deverá ser revisto, pois a iniciativa privada indica 3,7 milhões no Rio Grande do Sul. Em sendo assim, a produção nacional final ficaria em 7,7 milhões de toneladas em 2024.

No ano passado, a colheita nacional ficou em 8,1 milhões de toneladas, sendo 2,9 milhões no Rio Grande do Sul e 3,6 milhões no Paraná. Em tal contexto, e diante de uma perda importante na qualidade de boa parte dos grãos colhidos, surpreende o mercado não apresentar preços melhores para o trigo de qualidade superior. Especialmente porque, diante do atual câmbio no país, as importações estão muito mais caras. Por enquanto, o mercado apresenta baixa liquidez e preços em recuo. Os valores atuais são os menores, no mercado FOB, desde abril/maio do corrente ano (cf. Cepea). Espera-se uma recuperação dos preços para fevereiro/março de 2025.

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