As cotações da soja, em Chicago, recuaram nesta semana. O primeiro mês cotado fechou a quinta-feira (03/10) em US$ 10,46/bushel, contra US$ 10,65 uma semana antes. A média de setembro fechou em US$ 10,14/bushel, representando 3,05% acima da média de agosto. Embora esta melhoria, a média de setembro ainda está 23,4% abaixo da média registrada em setembro/23. Por outro lado, o USDA informou que, no dia 29/09, a colheita estadunidense de soja chegava a 26% da área total. O que ainda faltava colher apresentava 64% de condições entre boas a excelentes. E no dia 30/09 foi divulgado o relatório de estoques trimestrais, posição 1º de setembro, nos EUA, o qual não trouxe novidades.
Os mesmos estavam em 9,3 milhões de toneladas para a soja, contra 7,2 milhões em igual momento do ano passado. O volume ficou dentro das expectativas do mercado. Vale destacar que, após altas importantes junto ao farelo em Chicago, fato que sustentou a cotação do grão, este mercado cedeu nesta semana. De fato, a tonelada curta de farelo, em Chicago, nos sete dias úteis que se seguiram a partir do dia 20/09, subiu 10,3% naquela Bolsa, atingindo a US$ 350,00 no dia 1º de outubro. Esse movimento esteve ligado às tensões militares no Oriente Médio, que elevaram fortemente as cotações do petróleo (isso também deu sustentação ao óleo de soja), assim como às dificuldades de plantio na América do Sul, devido à falta de chuvas, o que comprometeria a oferta futura do subproduto no próximo ano.
Mas o retorno das chuvas em parte da Argentina, e no Sul do Brasil, incluindo o Paraná, reduziram estes preços no final da semana. Com isso, o farelo fechou a quinta-feira (03) em US$ 332,80/tonelada curta. Outro assunto que motivou a redução no preço do farelo no final da corrente semana foi a notícia de que a União Europeia deveria adiar a aplicação da lei que proíbe as importações de produtos agrícolas, especialmente soja, de áreas ligadas ao desmatamento na América do Sul, em particular o Brasil.
“Existe a possibilidade do adiamento, de 12 meses para grandes empresas e de 18 para micro e pequenas empresas, fato que deve manter o consumo de farelo da Europa com boa parte concentrada no Brasil e na Argentina, tirando uma parte da demanda do produto estadunidense. Mas o adiamento efetivo da implantação da lei, porém, ainda precisa ser votado e aprovado tanto pelo Parlamento Europeu quanto pela Comissão Europeia.” E no Brasil, com o câmbio trabalhando boa parte da semana um pouco abaixo de R$ 5,45 por dólar, mais o recuo em Chicago, houve pressão baixista sobre os preços da oleaginosa. No Rio Grande do Sul, apesar da média atingir a R$ 124,60/saco, as principais praças locais reduziram seus preços para R$ 121,00.
No restante do país, os preços oscilaram entre R$ 119,00 e R$ 136,00/saco. Dito isso, o plantio da nova safra brasileira de soja chegava a 1,9% no país no final da semana anterior. Um ano antes o mesmo estava em 3,8% enquanto a média histórica é de 2,7% para esta época. O atraso se deve ao clima seco e às queimadas no CentroOeste e parte do Nordeste e Norte do país. Especificamente no Paraná, onde voltou a chover, o plantio atingia a 22% nesta semana, com a área total a ser semeada projetada em 5,8 milhões de hectares. No ano passado, nesta época, o plantio atingia a 20% e em 2022 chegava a 15%. Mesmo assim, algumas lavouras foram semeadas “no pó”, pois feitas antes das chuvas.
Mesmo assim, por enquanto, o Paraná espera colher 22,4 milhões de toneladas, volume que seria 21% superior a safra anterior, relativamente frustrada. Em termos de Brasil, espera-se um volume final, em 2024/25, entre 165 e 171 milhões de toneladas de soja. Mas o atraso no plantio, devido ao clima seco em muitas regiões, pode impedir estes números finais. Enfim, a exportação de soja brasileira, em setembro, chegou a 5,5 milhões de toneladas, ficando estável em relação a setembro do ano anterior. Já os embarques de farelo de soja devem ter atingido a 1,8 milhão de toneladas, contra 1,97 milhão na previsão anterior e queda de 100 mil toneladas na comparação anual.