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Soja: Preços recuam



Argemiro Luís Brum
A cotação da soja em Chicago perdeu força a partir da segunda metade de setembro, tendo fechado o dia 09/10 em US$ 15,50/bushel, após ter atingido a US$ 15,30 alguns dias antes. Entre o recorde histórico atingido em 04/09, que foi de US$ 17,71/bushel e o valor deste dia 09/10 a perda, em valor, do bushel, para o primeiro mês cotado, foi de US$ 2,21. Uma elevada perda em pouco mais de 30 dias. O resultado disso, para os preços brasileiros da oleaginosa, foi um recuo de aproximadamente R$ 10,00/saco tanto no balcão quanto nos lotes. No Rio Grande do Sul, o preço de balcão, após ter chegado ao redor de R$ 76,00/saco na média estadual no início de setembro, recuou nesta segunda semana de outubro para R$ 66,00. Por que isso vem ocorrendo? Em primeiro lugar, pelas razões ligadas a especulação financeira. O capital especulativo deixou parcialmente as bolsas de commodities, dentre elas a soja, a partir de novo recrudescimento da crise mundial, em especial na Europa. Em segundo lugar, por razões fundamentais do próprio mercado. Os preços da soja subiram acima de qualquer motivo racional nos últimos meses, enquanto as demais commodities não seguiram o mesmo ritmo, inclusive na própria Bolsa de Chicago. Em algum momento uma correção técnica teria que ser realizada. Esse movimento começou a se cristalizar com o início da colheita da nova safra dos EUA. E esse é o terceiro motivo. Após mais de 50% da área colhida detecta-se que a quebra climática não é tão severa nas lavouras de soja daquele país.
Soja: Preços recuam (II)
Efetivamente, após se projetar uma colheita de até 87 milhões de toneladas no momento do plantio, em maio passado, com a seca o número final chegou a encolher para apenas 71,4 milhões de toneladas no início de setembro. Com a colheita ocorrendo, nota-se que a produtividade das lavouras é muito melhor do que o esperado. De tal forma que analistas privados daquele país passam, agora, a projetar uma safra final de 74 a 76 milhões de toneladas. A resposta mais definitiva era esperada para este dia 11/10 com o anúncio de mais um relatório de oferta e demanda do USDA. Soma-se a esse quadro o retorno de boas e constantes chuvas em grande parte da América do Sul, fato que tende a auxiliar o novo plantio regional. Espera-se, em clima normal, um recorde histórico na produção sul-americana. Somente o Brasil espera semear mais de 27 milhões de hectares de soja, com uma produção final que poderá superar a 82 milhões de toneladas se o clima deixar. Nesse contexto, o mercado parece ter revertido sua tendência altista, porém, mantendo ainda preços mundiais e nacionais muito elevados. Todavia, esse novo quadro acena para preços brasileiros menores quando da futura colheita, mesmo que o câmbio permaneça nos atuais níveis de R$ 2,03. Nesse dia 09/10/12, para maio/13, Chicago acenava com cotação ao redor de US$ 14,50/bushel. Além disso, o prêmio no porto de Rio Grande estava entre menos 10 e menos 30 centavos de dólar por bushel. Nessas condições, o saco de soja no balcão gaúcho ficaria entre R$ 48,00 e R$ 54,00. Ainda assim muito bons caso tenhamos safra cheia.

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