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Saldo comercial recua de um terço



Argemiro Luís Brum

O resultado dos 10 primeiros meses do ano continua confirmando um forte recuo na balança comercial brasileira. Neste mês de outubro o Brasil exportou US$ 21,77 bilhões e importou US$ 20,1 bilhões, consolidando um saldo positivo de US$ 1,66 bilhão. Em outubro de 2011 as exportações chegaram a US$ 22,14 bilhões e as importações a US$ 19,78 bilhões, gerando um saldo positivo de US$ 2,36 bilhões. Ou seja, o mês de outubro de 2012 registrou um saldo 29,7% menor do que no mesmo mês do ano anterior. Em termos acumulados (janeiro a outubro), as exportações nacionais ficaram em US$ 202,36 bilhões e as importações em US$ 184,98 bilhões, o que perfaz um saldo positivo de US$ 17,38 bilhões. Em relação ao mesmo período de 2011, as exportações recuaram 4,6%, enquanto as importações apenas 0,9%. Todavia, o saldo final caiu 31,6% já que em 2011 o mesmo chegou a US$ 25,42 bilhões nos 10 primeiros meses do ano. Dito de outra forma, o saldo comercial brasileiro, entre janeiro e outubro de 2012, é menor em US$ 8,04 bilhões. Nesse ritmo, o saldo comercial do Brasil, neste ano, deverá ficar um pouco superior a US$ 21 bilhões, já que faltam apenas dois meses para fechar a conta. Tanto é verdade que, no acumulado de 12 meses (novembro/11 a outubro/12) o saldo chega a US$ 21,76 bilhões. Um ano antes (novembro/10 a outubro/11) o saldo foi de US$ 31,06 bilhões. Se isso for confirmado estaremos atingindo o pior saldo comercial desde 2002, quando o mesmo ficou em apenas US$ 13,2 bilhões (exceção feita a 2010, quando atingimos a US$ 20,15 bilhões). Em outras palavras, nos últimos 10 anos (2003 a 2012), estamos na iminência de registrar o segundo pior saldo comercial do período neste ano de 2012. Como se explica isso se, ainda no primeiro semestre a moeda nacional foi desvalorizada ao redor de 20%, assim permanecendo até este início de novembro? Em primeiro lugar, porque o mundo continuou relativamente parado, no contexto da crise em que se encontra, com o agravante de que a China, um de nossos importantes compradores, viu sua economia recuar para 7,4% em projeção anualizada, quando sua média nos últimos anos foi superior a 10% anuais. Em segundo lugar, não é só o câmbio que nos dá competitividade. As nossas empresas precisam investir em modernização de seu parque produtivo, assim como de suas estruturas exportadoras. Enfim, o custo Brasil, via altos impostos, grande burocracia, péssima infraestrutura e muita corrupção, continua sendo um enorme problema aos exportadores nacionais, em especial às pequenas e médias empresas.

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