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Safra 23/24 com microrganismos vivos: primeiros resultados



Altamiro Alvernaz

Antes de entrar no primeiro tema de 2024 desejo ao amigo e sua família um ano repleto de saúde e prosperidade!

Chegou a hora de mostrar tudo que vimos e concluímos no ano de 2023 na prática! Vamos aos primeiros resultados que tive acesso com o uso de microrganismos vivos nessa safra de 23/24 em soja.

Nessa safra de soja os produtores que não utilizam microrganismos vivos na sua produção enfrentaram e enfrentam diversas dificuldades. Seja pela chuva excessiva ou a falta dela, dependendo da região do país, os resultados foram ruins. As reportagens e os vídeos na internet falam por si só. Quebra de produção como consequência em diversos municípios. Recebi vídeos e mais vídeos de perda de produção ou colheita bastante prejudicada pela questão do stress hídrico. Muita tristeza envolvida.

Por um outro lado, os produtores que utilizaram tecnologia com microrganismos vivos não tiveram problemas com sua produção. Pelo contrário, mantiveram o ganho de outras safras ou aumentaram comparativamente com a safra anterior. Mesmo em casos mais extremos de falta de água os resultados são satisfatórios quando comparados com produtores que não usaram a tecnologia na mesma região. Além de trazer facilidade de manejo e ganho produtivo, o uso desse tipo de tecnologia trouxe um elemento novo ao produtor: a garantia de perdas mínimas. Pois em um ambiente com saúde, mesmo com problemas de stress hídrico, o uso de tecnologia com microrganismos vivos ajuda a mitigar esses efeitos negativos, promovendo a adaptação das plantas ao estresse hídrico e aumentando sua tolerância à falta de água.

Esses resultados positivos, em diversos aspectos, traduzem na prática todos os conceitos e resultados científicos vistos até aqui.

Um exemplo de resultado no campo que tivemos nessa safra 23/24, em uma área que não sofreu com falta ou excesso de chuva, veio do Mato Grosso. Um grande grupo do agro, com fazendas nesse estado, Bahia e Rio Grande do Sul, fez um lado a lado utilizando a Tecnologia do Consórcio Probiótico (TCP) versus o Padrão Fazenda. O padrão fazenda dessa propriedade é altamente tecnológico, utilizando em seu manejo diversos produtos biológicos de marcas famosas no mercado brasileiro (fixadores de N, solubilizadores de P, nematicidas, fungicidas, enraizadores, bioestimulantes). A TCP, tecnologia do consórcio probiótico, é uma tecnologia com microrganismos vivos e ativos que produzem metabólitos constantemente. O Padrão Fazenda proporcionou um ganho de 70,45 sacas/ha, um ótimo resultado, mostrando a força do uso dos biológicos no campo quando comparado com o manejo químico. O uso da TCP proporcionou um ganho de 81,88 sacas/ha. Um resultado muito significativo e que corrobora com os resultados dos estudos científicos exibidos nessa coluna ao longo de 2023, confirmando que o uso de microrganismos vivos substitui diversas soluções, reduzindo custo e, principalmente, aumentando produtividade.

Em uma outra região, mais especificamente em Santa Catarina, tivemos a experiência em cima do stress hídrico. O uso de microrganismos vivos feitos de TCP trouxe um ganho de 19 sacas frente o padrão fazenda, que já era um padrão altamente técnico com o uso de biológicos. Os microrganismos benéficos presentes nessa tecnologia promoveram o crescimento saudável das plantas, mesmo em condições de baixa disponibilidade de água. Isso ocorre porque esses microrganismos facilitam a absorção de nutrientes pelas raízes das plantas e aumentam sua eficiência no uso da água, permitindo que elas continuem a se desenvolver mesmo quando os recursos hídricos são limitados. Além disso eles ajudam a manter a estrutura do solo e a aumentar sua capacidade de retenção de água, reduzindo a erosão e a perda de nutrientes. Isso cria um ambiente mais propício para o crescimento das plantas e ajuda a manter a produtividade do solo mesmo em condições de baixa disponibilidade de água. Uma garantia ao produtor mesmo em condições bastante adversas. Fica a dica.

E a explicação é bem simples para os dois casos acima.

Microrganismos realmente vivos, produzindo metabólitos constantemente, e na quantidade certa, reequilibram o ambiente no solo e proporcionam a planta condições para que ela possa se desenvolver mais.

Os exemplos de resultados acima da média com o uso de microrganismos vivos TCP só foram possíveis porque a tecnologia fez exatamente aquilo que explicamos durante todo o ano de 2023 nas colunas anteriores. Se você é leitor dessa coluna, pode parar por aqui e ir até o último parágrafo. Mas caso seja a primeira vez que tem contato com essa coluna, venha comigo recapitular todo o conceito...

Através de diversos testemunhos nas mais variadas áreas do agronegócio, da academia ao produtor final, concluímos que para nos anteciparmos a doenças e melhorar os nossos parâmetros produtivos é necessário inserir saúde ao nosso sistema de produção, equilibrar nosso ecossistema. O mundo científico descobre semanalmente seus benefícios através do estudo do micro bioma, da introdução de microrganismos vivos, benéficos, projetados e variados no coração do seu sistema produtivo.  Equilibrar e harmonizar a balança é o grande segredo. Utilização de microrganismos vivos TCP desencadeiam uma série de reações e funções que aumentam a imunidade, a saúde e, consequentemente, a produção. Quanto mais microrganismos benéficos e que exerçam variadas funções nós tivermos, mais eficientes, resistentes e resilientes a doenças será o nosso sistema produtivo. Teremos menos doenças e alcançaremos maior produtividade.

O nosso próprio desempenho diário está diretamente ligado a essa balança equilibrada: com mais saúde, temos maior imunidade, mais resistência e produzimos mais. Concluímos que antibióticos indiscriminadamente matam os microrganismos do intestino. Matam a diversidade microbiana essencial para uma vida saudável. E sem essa diversidade microbiana não absorvemos corretamente os nutrientes, nosso sistema imunológico piora, ficando mais suscetíveis às doenças, e pioramos nossa saúde e rendimento.

Concluímos que o manejo que utilizamos a décadas é o responsável pelo aparecimento das pragas. E os “remédios” que nos vendem são a chave para a proliferação desse ecossistema desequilibrado. Vimos que para toda “praga” existe um “remédio” no mercado para combatê-la. E mesmo usando esse remédio para combatê-la nunca estamos livre da praga. Sempre precisamos utilizar o mesmo remédio em dosagens cada vez maiores porque a praga cria resistência a ele.

Concluímos que nem pratylenchus, fusarium ou E.coli são pragas ou patógenos. Nem qualquer outro inseto, nematoide, bactéria ou fungo. O nosso manejo é quem determina se esses organismos irão se expressar como sendo benignos ou como pragas. Eles são simplesmente organismos presentes no ambiente. Se eles se proliferaram ao ponto de provocarem perda de safra, ou doença em animais, é porque nós manejamos o ecossistema de um modo que criamos o ambiente ideal para eles se proliferarem. E concluímos que se quisermos que eles não estejam presentes ao ponto de causarem perdas, nós apenas precisamos manejar o ambiente de forma diferente.

Trazer saúde e equilíbrio para o nosso sistema produtivo através dos microrganismos vivos adequados traz economia e garantia de produtividade constante.

Hoje eu trouxe os primeiros resultados da safra 23/24 na soja. Na próxima coluna atualizarei com mais resultados e falarei sobre um estudo de dois anos realizados por dois especialistas em recuperação de pastagem degradada. Com a utilização de microrganismos vivos TCP foi possível revitalizar esse solo degradado em apenas alguns meses. Menos custo, mais produtividade.

Que venha o ano de 2024! Fiquem com Deus e até o mês de maio!

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