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Prometeu, tá prometido!


Amado de Olveira Filho

           Passadas as eleições, é chegada à hora de aqui em Mato Grosso, todos descerem dos palanques, afinal, parodiando o Secretário da Secretaria de Desenvolvimento Rural, Cloves Vettorato, é salutar "evitar fissuras incontornáveis no futuro". Um estadista deve entender que se o Estado existe para ser governado é porque existem segmentos que produzem, geram renda, emprego e impostos necessários aos investimentos sociais,  uma história bem conhecida.

            As promessas foram feitas e pediram para deixar o homem trabalhar, no entanto, seu Plano de Governo não alcança plenamente as demandas de Mato Grosso em relação a agropecuária. Assim, é necessário que todas as forças políticas do Estado se unam em torno de questões de infra-estrutura como a conclusão das Br´s 158 e 163, o avanço na implantação do  modal ferroviário e ainda a implantação dos projetos hidroviários existentes. Sem resolver esses problemas, em função da nossa localização geográfica, tudo o mais é inócuo.

            Para a agricultura familiar é necessária a desoneração tributária de máquinas e equipamentos, permitindo o acesso a tecnologias que proporcionarão a sua modernidade necessária à inclusão de fato nas redes do agronegócio. Por outro lado o Brasil precisa do fortalecimento das escolas agrotécnicas para a formação de mão-de-obra, transformando o excedente de mão-de-obra barata dos filhos dos agricultores em profissionais habilitados a atuarem na agropecuária e ainda a implantação de programas de qualidade para a produção oriunda da agricultura familiar.

            Para a pecuária de corte o Governo Federal deve negociar  acordos internacionais com países de toda a América do Sul para a erradicação de doenças no rebanho bovino  que hoje se traduzem nas grandes barreiras sanitárias com danoso efeito na economia brasileira e da região. Deve também, desenvolver através do Itamaraty e de parceria com a iniciativa privada, um audacioso programa de conquistas de novos mercados além da habilitação de todo o rebanho brasileiro para exportação para o mercado internacional.

            Da mesma forma a agricultura comercial necessita do desenvolvimento e implementação de um vigoroso plano para redução das barreiras aos mercados internacionais via Organização Mundial do Comércio. Precisa também  do desenvolvimento e implementação de um novo modelo de financiamento para o setor que permita a perenização da atividade, envolvendo inclusive uma ampla revisão na Política de Garantia de Preços Mínimos.

            Se houver decisão política para desenvolvimento de Mato Grosso é necessário a implementação de um audacioso programa de descentralização industrial do País, permitindo a agroindustrialização do Estado, inclusive ampliando a oferta de subprodutos das diversas commodities, a exemplo da soja que hoje exporta apenas 4 itens dos mais de 100 itens possíveis.

                     Continuo com a convicção de que o agronegócio é o grande negócio do Brasil, é mais importante que qualquer candidato ou partido político. Outras eleições virão e novas polêmicas surgirão porque todo processo eleitoral é um exercício de correlação de forças. Prometeu tá prometido - cumpra. Mato Grosso e o Brasil precisam de governantes conscientes das limitações do Estado e da importância do setor produtivo para seus governos, mesmo de segmentos que teimam em não rezar na cartilha escrita apenas na palma da mão.

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