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Preços do diesel e da gasolina (Final).


Amado de Olveira Filho
Na semana passada tratamos dos exorbitantes preços da Gasolina em Mato Grosso e concluímos que a melhor orientação é a de pisarmos de leve no acelerador para reduzirmos nossos custos com transporte. Já quando falamos dos preços do diesel o assunto se torna extremamente preocupante, afinal, dependem do diesel todas as atividades da produção primária, a maioria das modalidades de transporte coletivo e, ainda, grande parte da indústria, no transporte de matéria-prima e produção acabada e assim por diante!
A grande discussão do momento é a redução dos preços dos combustíveis. A Câmara dos Deputados, inclusive através de Deputados do PT, tem se manifestado cobrando com veemência do Presidente Lula a tomada de posição como a dos EUA, que reduziram os preços dos combustíveis em até 50%, em função da redução dos preços internacionais do barril do petróleo.
No Senado da República as críticas são também constantes. Da tribuna, Senadores denunciaram que a Petrobras, somente no decorrer de 2008, obteve um lucro líquido de R$ 26,5 bilhões e um crescimento de 61% em relação ao ano de 2007. Tudo isto foi conseguido graças à transferência de renda dos consumidores, em especial do setor produtivo.
No planalto este não é um tema em discussão, apenas ouvidos moucos! Em todo o Brasil repercute, também, muito mal o tamanho da carga tributária incidente sobre o diesel. Já nos Estados de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, incidem também sobre o diesel as taxas correspondentes ao Fundersul e ao Fethab. Aliás, estes dois fundos são temas polêmicos recorrentes, que segundo os frotistas, obrigam que a maioria absoluta dos caminhões seja abastecida fora de Mato Grosso.
As conseqüências para o exagerado preço do diesel em Mato Grosso é a redução de sua comercialização em torno de 30%, inviabilizando alguns postos às margens das rodovias. Isto está incomodando o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de Mato Grosso (Sindpetróleo), que divulgou um folder denominado “Consumidor Consciente – Combustíveis, tudo o que você sempre quis saber sobre o setor”.
Segundo o Sindpetróleo, Mato Grosso hoje tem aproximadamente 1.000 postos, que geram 15 mil empregos diretos e 45 mil indiretos. Outra informação que merece reflexão é que em média, 25% da receita total de ICMS no Estado vêm do setor de combustíveis, portanto, algo em torno de R$ 1,0 bilhão. Este fato motiva o Sindicato que representa os postos a mudar de endereço a carapuça de que são os vilões nos elevados preços de combustíveis.
Segundo pesquisa do IMEA/FAMATO, durante o ano de 2008 os preços do diesel em várias praças do Estado, variaram de janeiro a dezembro entre R$ 2,07 e R$ 2,58, no entanto, encontrou-se, num mesmo mês,  preços com variação de até 12,0% de uma praça para outra. Este é outro fator que limita a renda agrícola, as distâncias de nossas regiões produtivas para os portos brasileiros.
A péssima notícia para o setor produtivo rural é a de que o setor de transportes busca entre meados de fevereiro até ao final de outubro, compensar a redução de receitas e a perda da remuneração, já que, no final de ano a maior demanda por fretes é a de carnes. Assim, o que veremos então, é uma corrida por aumento de preços dos fretes no Estado. Lastimavelmente, o produtor rural não dispõe de qualquer arma para combater esta variação de preços, apenas toma preço e transfere renda.
Nesta séria questão que envolve preços públicos e impostos, não se pode deixar de relacionar a crise que assola as nações e a questão do desemprego. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) as demissões, no Brasil, subiram de 319 mil em dezembro de 2007 para quase 700 mil em dezembro de 2008. Agora em 2009, mundo afora, se contabiliza o aumento de anúncios de dezenas de milhares de demissões. Portanto, no Brasil e principalmente, nos Estados produtores de alimentos, reverem os preços do diesel seria sem sombras de dúvidas, uma medida inteligente.

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