Parte 7. Redução de Queimadas em Pastagens da Amazônia Ocidental. Diversificação de pastagens
Na Amazônia Ocidental, as pastagens cultivadas representam a principal fonte econômica para a alimentação dos rebanhos. A baixa disponibilidade e valor nutritivo da forragem durante o período seco é um dos fatores limitantes à produção animal, implicando em um baixo desempenho zootécnico, causando a perda de peso ou a redução drástica na produção de leite. A queimada é uma prática utilizada para a limpeza da pastagem em substituição aos métodos físicos ou químicos de controle das plantas invasoras, devido ao baixo custo operacional. A utilização de queimadas em pastagens cultivadas tem como objetivo eliminar restos de massa seca com grande proporção de talos que não foram consumidos pelos animais durante o período seco e, ao mesmo tempo, proporcionar uma nova rebrota, com forragem de melhor qualidade. Uma tecnologia simples e interessante, que evita a queimada de pastagens consiste na diversificação de espécies forrageiras na propriedade. Ela permite ofertar maior quantidade de forragem, durante a estação chuvosa e ainda preserva aquelas que mantêm sua qualidade ao longo do ano, para utilização no período seco. A diversificação de espécies forrageiras nas pastagens não aumenta os custos de produção, apenas proporciona maior racionalização no processo de produção de forragem. Ademais, os riscos de ocorrência de pragas e doenças que podem atacar uma espécie são diluídos ou até eliminados. A exploração do potencial de produção das diferentes espécies e de suas características agronômicas específicas, elimina a necessidade de adoção do fogo como prática de manejo das pastagens cultivadas.
A seleção de plantas forrageiras adaptadas às diversas condições edafoclimáticas da região é a alternativa mais viável para a melhoria da alimentação dos rebanhos, principalmente durante o período de estiagem, proporcionando incrementos significativos na produção de carne e leite, além de aumentar a capacidade de suporte das pastagens. Dentre as plantas forrageiras introduzidas e avaliadas, nos últimos vinte anos, as que se destacaram como as mais promissoras, por apresentarem altas produções de forragem, persistência, competitividade com as plantas invasoras, tolerância a pragas e doenças foram:
1. Solos de média a alta fertilidade:
GRAMÍNEAS: Andropogon gayanus cv. Planaltina, Brachiaria brizantha cv. Marandu, B. humidicola, Cynodon nlenfuensis, Panicum maximum cvs. Tobiatã, Centenário, Tanzânia, Sempre Verde, Massai, Vencedor, Makuêni, Paspalum guenoarum, P. coryphaeum, P. secans, P. atratum cv. Pojuca, Setaria sphacelata cvs. Nandi e Kazungula, Tripsacum australe, Axonopus scoparius, Pennisetum purpureum.
LEGUMINOSAS: Leucaena leucocephala, Centrosema acutifolium, C. brasilianum, C. macrocarpum, Desmodium ovalifolium, Stylosanthes guianensis, S. capitata, Cajanus cajan, Pueraria phaseoloides, Zornia latifolia, Acacia angustissima, Arachis pintoi
2. Solos de baixa fertilidade:
GRAMÍNEAS: Andropogon gayanus cv. Planaltina, Brachiaria brizantha cv. Marandu, B. humidicola, Paspalum guenoarum, P. coryphaeum, P. secans, P. atratum cv. Pojuca, Tripsacum australe, Axonopus scoparius.
LEGUMINOSAS: Centrosema acutifolium, C. brasilianum, C. macrocarpum, Desmodium ovalifolium, Stylosanthes guianensis, S. capitata, Pueraria phaseoloides, Zornia latifolia, Acacia angustissima.
3. Solos sob vegetação de cerrados
GRAMÍNEAS: Andropogon gayanus cv. Planaltina, Brachiaria brizantha cv. Marandu, B. humidicola, B. dictioneura, Paspalum guenoarum, P. coryphaeum, P. secans, P. atratum cv. Pojuca, Tripsacum australe, Axonopus scoparius, Melinis minutiflora.
LEGUMINOSAS: Centrosema acutifolium, C. brasilianum, C. macrocarpum, Desmodium ovalifolium, Stylosanthes guianensis, S. capitata, S. macrocephala, S. viscosa, Acacia angustissima.
Newton de Lucena Costa - Embrapa Amapá