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Novos caminhos e mercados para a aviação agrícola: eficiência x eficácia


Jeferson Luís Rezende
Num passado recente, a sociedade buscava nas suas mais diferentes ações de trabalho a eficiência, hoje, a eficácia.
Cada vez mais o setor de agronegócios tem exigido capacitação e qualidade nas suas operações, especialmente, com o advento das “doenças” que atingem culturas como a Soja, e mais recentemente, o Milho.
Num mundo completamente globalizado, cibernético, onde as informações flutuam de maneira rápida, de um ponto a outro – inclusive – atingindo as regiões mais remotas do planeta, trabalhar com tecnologia de ponta e com qualidade total é uma exigência, e não opção.
Esta introdução se faz necessária para abordarmos um tema que envolve diretamente a atividade aeroagrícola, e os que nela labutam: tratamento fungico no Milho.
Ao que tudo indica, esse poderá ser um novo e próspero mercado para o setor aéreo, já que a aplicação do agrotóxico deve ocorrer num estágio em que a entrada de máquinas terrestres torna-se anti-econômico, ou pelo menos, dificultosa.
Em algumas regiões já está sendo posicionada à aplicação de fungicidas no milho para combater a ferrugem e a cercospora; em outras, ainda estão sendo avaliadas às vantagens “custo-benefício” deste processo.
De qualquer modo, muito provavelmente, dentro de uma ou duas safras estaremos observando muitos aviões tratando áreas de Milho pelo país afora.
Porém, é oportuno lembrar que a exemplo do tratamento contra a ferrugem asiática na Soja, as aplicações na cultura do Milho precisam ser realizadas com extrema qualidade.
É interessante ressaltar (novamente!) que não há mais espaço para “aventureiros”, nem na aviação, ou em qualquer outro segmento produtivo, que atua junto ao setor de agronegócios.
A UNICENTRO através do seu Núcleo de Aviação e Tecnologia Agrícola – NATA/PR; está iniciando/desenvolvendo trabalhos voltados à tecnologia de aplicação, e ao emprego da aviação na cultura do Milho, em parceria com outras Instituições, visando ampliar as informações existentes, bem como ofertar para o setor aeroagrícola novos conceitos, que podem e precisam ser aplicados pelas Empresas e as suas Equipes (pilotos, agrônomos, técnicos e pessoal de apoio).
Este ano em particular, por estar sendo “mais seco”, fez com que as lagartas do cartucho surgissem nas lavouras do Paraná – e provavelmente dos demais estados - de maneira expressiva, causando grandes danos econômicos.
As aplicações tratorizadas estão com dificuldade para dar conta do recado, e o controle tem sido aquém do esperado. Mas, a aviação não está sendo requisita pelos produtores, como seria de esperar. Até porque, muitos acham que o “volume de vazão” praticado pela tecnologia aérea é muito pequeno em relação ao que se usa na tratorizada. Ainda há um grande preconceito, e desinformação em relação a isso, infelizmente.
Com as recentes e bem vindas chuvas, que voltaram a cair sobre o solo do estado, as lagartas deram uma trégua, mas, surgiram os primeiros casos de doenças na cultura, que precisam ser evitadas, ou controladas no momento certo: dentro de um determinado time.
O fato – público e notório – é que toda a aviação agrícola de maneira geral precisa rever os conceitos técnicos e administrativos, para efetivamente se enquadrar aos novos tempos do meio rural.
Precisa se planejar melhor, melhorar a sua imagem, fazer um marketing positivo, para ser vista pelos empresários do campo efetivamente como uma aliada de primeira hora, e não apenas como um “bombeiro” a ser chamado em último caso.
Não é possível, nem aceitável, observar o avanço das máquinas terrestres em áreas que até pouco tempo foram de domínio da aviação; como é o caso de alguns pontos do Mato Grosso - inclusive.
Se somos mais eficientes e econômicos em relação ao tratamento tratorizado, como de fato somos, está nos faltando sermos eficazes para garantir o mercado existente, e ampliar a área tratada por via aérea.
E atenção: o Milho é sem dúvida alguma um mercado potencial fantástico, a ser explorado, e ganho, pela tecnologia aeroagrícola.
Enfim, precisamos trocar a eficiência pela eficácia.

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