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Leite derramado!


Amado de Olveira Filho

Sujaram o leite brasileiro. Esta é uma notícia ruim quando pensamos na cadeia láctea diante do mercado nacional e internacional, porém a boa notícia é que o leite de Mato Grosso, segundo informações colhidas com as áreas técnicas do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (INDEA) e da Superintendência Federal da Agricultura (SFA) historicamente tem boa qualidade.

            Mato Grosso tem em funcionamento 60 laticínios, sendo 43 com fiscalização de responsabilidade do Governo Federal, destes 13 são consideradas usinas que comercializam leite envasado, já o INDEA, órgão do Governo Estadual fiscaliza 17 laticínios, dos quais 07 também comercializam leite envasado. Existe uma situação comum entre os dois níveis de Governos, faltam técnicos para fiscalizar de forma adequada este importante alimento.

            Outro problema comum apontado pelos órgãos de fiscalização é a legislação para o setor que é de forma periódica, diferentemente da aplicada aos frigoríficos com inspeção ininterrupta durante o abate. Desta forma, pode acontecer o que aconteceu em Minas Gerais, quando numa verdadeira lambança cometeram crimes de ordem econômica e ainda contra a saúde pública.

            Depois do leite derramado, ou melhor, adulterado, o Governo Federal anunciou um mutirão envolvendo o Ministério da Agricultura, o Ministério Público e Órgãos de Defesa dos Consumidores com a meta de coletar e analisar amostras de todas as marcas de leite do Brasil, uma medida necessária, porém, mais que isto é dotar os órgãos de fiscalização de estrutura para fiscalizar e punir os maus empresários do setor.

            A situação da fiscalização em nível nacional é grave, segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Leite Brasil) quase um terço do leite produzido no país não passa por fiscalização. Isso significa que dos 29 bilhões de litros anuais, cerca de nove bilhões não obedecem aos padrões de qualidade propostos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Algo que precisa ser esclarecido pelas autoridades federais.

            Neste particular, a responsável pela Fiscalização Federal em Mato Grosso, defende a necessidade de conscientização dos empresários, o que concordo plenamente, porém a melhor punição é a população não comprar marcas que possam gerar qualquer dúvida com relação à qualidade. Esta punição os maus empresários sentirão no bolso. Já àqueles casos divulgados nacionalmente trata-se de caso de polícia. Cadeia neles!

            Destarte, como temos notícia de que nosso leite tem boa qualidade, mesmo com a deficiente fiscalização imposta pelas normas federais, uma boa idéia é prestigiar as marcas produzidas em nosso Estado, quem sabe aumentando o consumo da nossa produção possa melhorar ainda mais nossa cadeia láctea.  Confesso que não entendi porque até agora a nossa indústria ainda não tem divulgado maciçamente esta qualidade. Porque será? Com a palavra os empresários do setor!

            De qualquer forma é importante destacar que informações do Ministério da Agricultura, dão conta de que não há risco iminente de que ainda haja leite adulterado disponível no mercado. Isto é bom, afinal o leite nosso de cada dia é fundamental para nossas famílias, porém, não nos esqueçamos das duas indústrias que fizeram arte com o leite longa-vida: a Coopervale, de Uberaba, e a Casmil, de Passos, ambas de Minas Gerais.

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