CI

Foi a CPMF; chegou o IOF!


Amado de Olveira Filho

Lembro-me de uma frase dita por um importante político da República Federativa do Brasil com este conteúdo: “Ele disse a vocês que é preciso aumentar os impostos, agora ele precisa dizer para mim e me convencer que é necessário aumentar”, outra endereçada aos Senadores de Oposição: “Não aumentarei a carga tributária em qualquer hipótese!” Palavras de Sua Excelência o Presidente da República, palavras pueris.  Tanto o Ministro da Fazenda disse a ele como ele concordou em aumentar a carga tributária.

 A respeito do aumento do Imposto sobre operações financeiras (IOF), bem como a Contribuição sobre o lucro líquido dos bancos (CSLL), muito já foi escrito e muito ainda escreverão a respeito, porém, é necessário apontar as contradições do Governo do PT. Mesmo cansados de saber que o Orçamento da União é um orçamento “apenas” autorizativo, fizeram uma verdadeira miscelânea que demonstra uma brutal falta de coordenação política e econômica do Governo.

 Esqueceram os plantonistas, que o crédito fácil para as classes “d” e “e” foi a força motriz que fez com que a economia brasileira obtivesse o crescimento verificado em 2007. Este imenso exército de consumidores que estavam ainda à margem do consumo, iniciou o uso do cartão de crédito, a compra pela Internet, reduzindo uma demanda reprimida traduzida nos aparelhos eletrônicos, etc.

 Assim, fico com a opinião do tributarista Ives Gandra Martins, que afirmou: “Vai atingir exatamente quem não tem dinheiro para comprar à vista e é obrigado a comprar a prazo. Vai atingir aqueles que têm necessidade de financiamento”. Para ele, o governo deveria, ao invés de aumentar impostos, reduzir os custos da máquina administrativa, que ele considera “esclerosada”. Gandra acredita que, com o aumento do IOF, o governo pretende desaquecer a demanda, e, assim, evitar uma retomada inflacionária.

 Por outro lado, fecharam a porta do consumo através do mercado financeiro ao aumentarem a Contribuição sobre o lucro líquido dos Bancos. Todo mundo sabe que os Bancos não vão diminuir seus lucros. De novo, esta conta será paga pela parcela da sociedade que obrigatoriamente utiliza serviços dos bancos, portanto, quem se utiliza de crédito via sistema financeiro nacional, ou seja, quem não tem dinheiro.

 Interessante ficou a situação dos produtores rurais, estavam  esperando uma proposta efetiva para a readequação de suas dívidas, no entanto, foram surpreendidos com a adição de mais o IOF nas operações de custeio, investimento e comercialização, portanto, todas as operações do Crédito Rural.

Politicamente está sendo um verdadeiro desastre para os Partidos de sustentação do Governo no Congresso Nacional. Vejam que até o Vice-Presidente da República comparou, a fúria tributária do PT, a um remendo. Este remendo culminará, com grande probabilidade de acerto, na eleição de candidatos da oposição à Presidência da República e na maioria dos  Governadores dos Estados, inclusive, no Estado de Mato Grosso.

Devemos preocupar muito com as palavras pueris do Senhor Presidente, especialmente quando ele fala em cortar na veia as despesas. Avalie o peso das veias em relação ao peso da carne de qualquer ser vivo. Mesmo sabendo que a carne é fraca quando se fala em cortar despesas públicas, devemos rogar ao Presidente da República para se utilizar de menos parábolas e reduzir, especialmente, as despesas de custeio e de construção de mais repartições públicas do Orçamento da União.

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.