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Eta nóis...


Amado de Olveira Filho

O povo brasileiro é pródigo em esperança. Neste quesito, está sempre acreditando que “as coisas vão melhorar.” Este sentimento é geral, permeia todas as camadas da sociedade. Quando desiludido com determinado político, geralmente do meio para o fim de seu mandato, ouvimos a célebre frase: a coisa tá preta.

Na semana passada, tive a oportunidade de acompanhar um grupo de norte americanos dirigentes de um fundo com pretensão de realizar grandes investimentos em Mato Grosso. Testemunhei a seriedade com que lideranças e autoridades municipais recebem este tipo de comitiva. Buscam fazer o melhor, ou seja, cumprem o seu papel.

No caso do fundo Rodman and Renshaw representado por Jimmie Sundstron, nossos anfitriões foram perfeitos, tinham na ponta da língua a logística disponível, o estoque de terras para converter em canaviais, a capacidade agrícola implantada juntamente com máquinas e equipamentos. A esperança cintilava não só nos olhos, mas também nas falas, gestos e na certeza em afirmar, aqui é o melhor lugar para se investir.

De fato os municípios de Itiquira, Alto Garças, Santa Rita do Trivelatto, Sapezal, Campo Novo dos Parecis e Tangará da Serra que foram visitados e mais de uma dezena de outros,  possuem amplas condições de receberem investimentos como pretende realizar o fundo Rodman e Renshaw. Nossas terras, nossa capacidade produtiva angariada em décadas de intenso labor nos credenciam a produção de etanol a partir da cana de açucar e milho.

Os dirigentes do fundo que nos visitaram a tudo assistiram, recolheram informações e se comprometeram a aqui retornarem brevemente com algumas definições de onde e quanto investir. Neste sentido eu me associo aos esperançosos que precisam de investimentos para implantação de unidades industriais, acredito que deverão realizar investimentos em dois ou mais municipios. Valeu a pena os esforços de todos os envolvidos.

Não comungo, no entanto, com a esperança de soluções no quesito logistica em curto e médio  prazos, passado quase um ano do lançamento do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) o que foi efetivamente feito no Estado de Mato Grosso? Não estamos do meio para o fim deste mandato do Presidente Lula e as luzes amarela e vermelha já foram acesas para nossas obras rodoviárias, ferroviárias e hidroviárias, desta forma, “a coisa está ficando preta.”

Destarte, tenho esperança de que as forças vivas deste Estado se mobilizarão para reverter o cenário desesperançoso de falta de investimentos na infra-estrutura de transporte. Temos amplas condições de continuar produzindo e ainda aumentar a oferta de alimentos, inclusive carnes a partir do milho e ainda produzir etanol e biodiesel que permita a implantação de um poliduto para colocar nossos bio-combustíveis no litoral rumo ao mercado internacional.

Não é aceitável que a produção de bio-combustíveis seja o item mais importante da agenda do Governo Lula e não tenhamos a logística de escoamento de uma produção que somos capazes de realizar. Não é compreensível, também, que membros do Governo Federal, sem estudos conclusivos, se coloquem contra a produção de etanol em Mato Grosso.

É justo, no entanto, registrar os esforços do Escritório de Representação do Governo do Estado em Brasília, do Governador do Estado, da FAMATO e ainda, do Deputado Homero Pereira, em trazer a Mato Grosso investidores capazes de realizar inversões financeiras em volumes e prazos que não temos. Se não vier a logística adequada, eta nóis, de novo, produzindo sem ter como escoar.

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