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Cooperativas e desenvolvimento regional


Edivaldo Del Grande
Segundo pesquisa realizada pela FEA/USP-Ribeirão Preto, municípios com grande presença de cooperativas exibem um IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) superior àqueles onde o cooperativismo é menos desenvolvido.
Este foi apenas um dos dados mostrando a estreita relação entre cooperativismo e progresso econômico e social exibidos durante o 1º Encontro das Frencoops (Frentes Parlamentares do Cooperativismo) do Vale do Paraíba e cidades vizinhas.
Realizado no último dia 13 de maio, em São José dos Campos, o evento foi organizado pelo Núcleo Regional Leste da Ocesp (Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo) e reuniu representantes de mais de 40 cidades da região.
Seu objetivo foi estimular os vereadores presentes a formar e desenvolver Frencoops em suas cidades, para que essas uniões de políticos (muitas vezes de partidos e ideologias antagônicas) atuem como uma voz uníssona em defesa do cooperativismo no poder público local.
Os mais importantes veículos de comunicação da região estiveram presentes, mostrando que o desenvolvimento do cooperativismo é um assunto de interesse não apenas dos cooperados, mas de toda a população. Afinal, as cooperativas viabilizam soluções econômicas para as pessoas, distribuem renda e geram benefícios sociais.
O modelo cooperativista é uma terceira via, situada entre o capitalismo e o socialismo, que pode levar inclusão social e progresso aos municípios onde ele encontra ambiente propício para se desenvolver.
Atualmente, 969 cooperativas atuam no Estado de São Paulo, em dez ramos de negócio distintos, reunindo 2,8 milhões de cooperados. Ainda há muito espaço para crescer. Em países desenvolvidos, mais de 50% da população é ligada a algum tipo de cooperativa, enquanto no Brasil esta taxa não passa de 4%.
Ao buscarmos constituir novas cooperativas, estamos fazendo um esforço para incluir as pessoas no processo produtivo. No cooperativismo de trabalho, por exemplo, as cooperativas geram oportunidades e renda para quem estava à margem do mercado.
A diferença entre o IDH dos municípios com cooperativas atuantes e os demais é simples de ser explicada: as cooperativas não visam lucro e funcionam como distribuidoras de renda, ou seja, os resultados gerados retornam para seus cooperados e ficam na região.
Esses recursos adicionais impactam toda a sociedade ao redor, pois são aplicados localmente, melhorando a renda, a educação, a qualidade de vida e a saúde da comunidade – exatamente os indicadores que formam o IDH.
O estímulo aos negócios locais, além de contribuir para o desenvolvimento, é um importante instrumento de retenção de talentos, evitando que muitos jovens abandonem suas cidades por falta de perspectivas.
O evento realizado pela Ocesp em São José dos Campos permitiu aos vereadores da região conhecer o potencial do cooperativismo para alavancar as economias locais. É preciso aproveitar as potencialidades de cada município e, por meio de cooperativas, dar esperança à massa de pessoas atualmente excluídas do mercado formal de trabalho.
Aos vereadores e prefeitos, como líderes em suas comunidades, e à Ocesp, como entidade agregadora de apoio e formação, cabem a missão de agir, de apontar novos caminhos, de ajudar os empreendedores no pontapé inicial. Juntos, devemos ser um celeiro de idéias que garanta a todos uma fonte de renda e uma vida digna.
Essa é a essência do cooperativismo desde que ele surgiu, há 165 anos.
 

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