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Controle de doenças no milho & tratamento aéreo


Jeferson Luís Rezende

Uma das “novidades” no meio agrícola, diz respeito às discussões sobre o tratamento fitossanitário na cultura do milho, em particular, as aplicações de fungicidas.

É sabido que as doenças causam prejuízos, maiores ou menores; que em alguns casos justificam uma intervenção pontual, a fim de garantir a manutenção dos lucros e da rentabilidade do cultivo.

Com a ascensão dos preços do milho, que nesta safra está batendo seus recordes históricos, e as boas condições climáticas que estão proporcionando um desenvolvimento adequado para a cultura, na maioria das regiões, o tratamento fungico voltou à cena, e se tornou motivo de acaloradas discussões entre técnicos, pesquisadores e produtores rurais.
 
Enquanto alguns defendem a aplicação de fungicida no milho, outros se opõem; cada qual com o argumento próprio, e todos, de maneira geral, com alguma razão.

O fato em si, é que as doenças causam sim prejuízos econômicos, que, em determinados “materiais” são ainda maiores.
Em razão disto, a Fundação ABC, de Castro (PR), com o apoio do Núcleo e Aviação e Tecnologia Agrícola do Paraná (NATA/PR), da UNICENTRO - Universidade Estadual do Centro Oeste realizou Ensaio de Campo, contando com a participação da BASF agroquímicos, Inquima tecnologia de aplicação, e AGROVEL aviação agrícola, visando identificar a validade do tratamento fungico na cultura do milho; o melhor momento para realizá-lo; a qualidade de adjuvantes; e, ainda, avaliar o tratamento aéreo: a sua eficácia.

Os Ensaios foram realizados sob a coordenação do Engº Agrº Carlos André Schipanski, sob a supervisão do Engº Agrº Olavo Corrêa da Silva; ambos pertencentes aos quadros da Fundação ABC.

Uma apresentação preliminar foi realizada dia 31 de janeiro, pela Fundação, em Castro, para agrônomos dos departamentos técnicos das três Cooperativas coligadas: Arapoti, Batavo e Castrolanda. Nesta oportunidade, ocorreram palestras sobre a tecnologia aeroagrícola - para desmistificar esta modalidade junto aos agrônomos; exposições sobre o desempenho das aplicações, e análise de algumas plantas (trazidas do campo experimental), comparando os resultados dos diversos tratamentos efetuados, terrestre e aéreo, com diferentes tipos de adjuvantes, visando, principalmente, prevenir ou combater a ferrugem comum (Puccina sorghi) do milho, dentre outras doenças.

De forma resumida, é oportuno ressaltar que para os materiais mais produtivos a aplicação do defensivo se mostrou válida, e interessante economicamente.

Outro ponto observado, diz respeito ao momento da entrada: a aplicação tratorizada foi realizada 15 dias antes da aérea (esta na fase de pendoamento), fato que interferiu sobre o controle da ferrugem (Puccinia sorghi), que já estava presente na lavoura.
Isso é importante porque mostra que independentemente do Equipamento Agrícola que será usado, trator ou avião, o momento da entrada e o defensivo escolhido terá fundamental importância para o efetivo controle sobre as doenças: fechando as “portas” para as mesmas, ou limitando os seus danos.

Esta informação serviu para demonstrar que não há um momento único, fixo, para o tratamento fungico, mas, que a lavoura deve ser monitorada constantemente, e que a entrada deverá ser preferencialmente preventiva.

Os Ensaios mostraram que a APLICAÇÃO AÉREA é segura, e eficiente, e que consegue mesmo com apenas 10 litros por hectare, realizar uma boa cobertura sobre a planta, inclusive, nos terços inferiores. Neste caso é importante fazer um “parêntese”, e ressaltar que as aplicações com volume de vazão de 20 litros por hectare, apresentaram uma performance melhor, com um maior número de gotas atingindo o terço inferior, mas, que a princípio, não se justifica quando analisado o custo/benefício do serviço aéreo contratado.

Estas informações serviram para desmistificar um pouco a Tecnologia Aeroagrícola, principalmente, os Sistemas BV e/ou BVO, que eram vistos com muita restrição em toda a região.
Uma outra questão bastante discutida durante o Dia de Campo, foi a QUALIDADE DOS SERVIÇOS AÉREOS, já que nesta safra voaram três Empresas diferentes, com Tecnologias Agrícolas distintas. E, em algumas aplicações, ocorreram falhas. Isso, sem dúvida alguma, foi e tem sido o “tendão de Aquiles” da Aviação: um trabalho mal feito prejudica enormemente toda a imagem da atividade.

De maneira geral, foi possível observar certo entusiasmo em grande parte dos técnicos, que começam enxergar o Avião como uma ferramenta importante para a cultura do milho, especialmente, levando em consideração o ingresso definitivo das aplicações fungicas, em boa parte (senão na maioria), dos “materiais” mais produtivos.

Esperamos em breve, quem sabe durante o Congresso Mercosul de Aviação Agrícola, poder apresentar o resultado final deste trabalho, para darmos um “norte” tanto para o meio agrícola, como também para o setor aeroagrícola, de maneira que ambos saiam ganhando.

Vale ressaltar que a Fundação ABC é uma das mais conceituadas Instituições de Pesquisas Agropecuárias do país, e está sediada numa região envolta de alta tecnologia embarcada no campo. Portanto, os resultados finais colhidos, serão de grande valia e credibilidade para todos que atuam no setor de agronegócios e aeroagrícola.

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