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VALORIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS


Mario Hamilton Villela

Com o advento da globalização, neste novo século, o Brasil chega, sem dúvida, à grande encruzilhada da sua história. O País no momento crucial para a dinamização e a modernização de sua agropecuária.

O Brasil é um dos poucos países do mundo em face de sua extraordinária dimensão geográfica, suas condições climáticas e edafológicas (solo agrícola) tem um potencial fantástico, vocacionado para produção de alimentos. Situação quase inigualável no mundo.

Não se pode mais pensar em sustentar nosso gigante, com uma economia agrícola não muito eficiente, incapaz, muitas vezes, de garantir produtos indispensáveis ao abastecimento de seu próprio mercado interno e a sustentação da balança comercial externa.

É notório, portanto, a urgente necessidade de modernizar o processo produtivo rural do País. Vive-se segundo uma nova ótica socioeconômica. Todos os segmentos devem se adaptar a essa visão conjuntural inovadora, especialmente, a nossa agropecuária.

Aliás, sobre essa imperiosa necessidade, o Prêmio Nobel da Paz, em 1970, o agrônomo americano Norman Borlaug, quando eteve no Brasil, declarou alto e bom som:

“Resolver o problema da fome é uma garantia de estabilidade. Com barrigas vazias, não há Governo estável.”

A afirmativa dessa ilustre personalidade mundial da área faz pensar muito e refletir bastante. Soa, sem dúvida, como um grande desafio para a urgente arrancada rumo à modernização de nosso processo produtivo rural. Um exemplo concreto com essa preocupação é o lançamento do recente plano governamental: “FOME ZERO”.

No quadro de providências a serem tomadas, além do programa acima mencionado, para a fundamental renovação de nossa estrutura agrária e agrícola, a valorização dos profissionais de Ciências Agrárias e o melhor aproveitamento destes técnicos tende a ocupar um papel de destacada relevância.

Em 1962, quando me formava em Agronomia, um dos mais brilhantes jornalistas da época e agrônomo honorário, José Anastácio Vieira, autor de várias publicações agrícolas, dizia:

“É insensato pensar que o Brasil possa vencer o atraso de sua agricultura sem a participação decisiva desses profissionais no equacionamento e solução dos problemas agrícolas.”

Hoje, os profissionais de Ciências Agrárias, não devem se limitar a serem apenas os técnicos capazes de auxiliar o agropecuarista a ampliar sua riqueza. Precisam, esses profissionais, isto sim, saber atuar como verdadeiros orientadores, líderes empreendedores, capazes de despertar o impulso de criatividade, de inovação tecnológica. . O novel profissional que se almeja é aquele que seja capaz de fazer chegar ao produtor rural não apenas a consciência da melhor técnica de trabalhar a terra e seus cultivos, mas, sobretudo, saiba transmitir a melhor maneira de aplicar, em seu proveito, a renda acrescida e alcançada através de seu trabalho.

Em outras palavras, o profissional de Ciências Agrárias esperado nesse novo contexto, é aquele com uma formação mais abrangente, capaz de atuar com competência dentro de todo o complexo processo do “Agronegócio” Com condições de resolver os problemas que antecedem a porteira e que vão além da porteira.

Enfim, aqueles de aptidões técnicas reais e dotadas de um sentido de visão, direção e de organização indispensável, cônscio da missão de liderança que lhe cabe.

A nova realidade agrícola brasileira valorizará o profissional do campo empreendedor, com maior visão na tomada de decisão do o que produzir, como produzir e para quem produzir.

Essa transformação exigida pelos novos tempos deve ser perseguida por todos os profissionais de Ciências Agrárias.

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