Três pontos são fundamentais para a análise do futuro do agronegócio no governo Bolsonaro: o homem do campo, o mercado e o consumidor final.
O homem do campo, representado por perfis diversos, desde o agricultor familiar até os grandes agropecuaristas, está cada vez mais engajado em práticas sustentáveis e muito mais consciente destas necessidades. Como prática, visito fazendas e é comum o homem do campo me sinalizar a sua preocupação com o meio ambiente.
Já o mercado está – e cada vez mais estará – centralizado na Agricultura 4.0, que alia elementos fortemente comerciais, saudáveis e sustentáveis, como conectividade, produtividade, meio ambiente, saúde pública e tecnologia.
Assim como o homem do campo e o mercado, o consumidor final está conectado com questões sustentáveis. Reforça-se, então, conceitos como a rastreabilidade. Com um QR Code impresso em uma embalagem, pode-se rastrear a origem do produto e informações diversas, como práticas ambientais de determinada propriedade.
O agronegócio será, então, fortalecido no próximo mandato presidencial se estes três elementos (homem do campo, o mercado e o consumidor final) forem prioritários. Com base no plano de governo, podemos verificar esta viabilidade.
Um dos pontos expostos é a Nova Estrutura Agropecuária, representada por elementos como desenvolvimento rural sustentável, inovação tecnológica, segurança alimentar e meio ambiente rural. Estes aspectos são desejados pelos consumidores e representados na Agricultura 4.0, principalmente, pela saúde pública, tecnologia e meio ambiente.
Outra proposta do plano é contribuir efetivamente para que o agricultor seja cada vez mais um gestor do campo. A palavra “gestor” nos remete a empresário, a conhecedor do ecossistema, incluindo o meio ambiente e soluções tecnológicas.
Este perfil é cada vez mais importante dentro de um cenário de produtividade e de rentabilidade, fundamentais para o Brasil ser cada vez mais destaque no mercado mundial.
A FAO estima, por exemplo, que teremos mais de 9 bilhões de habitantes em 2050. Precisaremos, então, de processo estratégico de transporte, de tecnologia adequada e defesa da propriedade rural, que estão previstos no plano de governo do futuro presidente em temas como logística, segurança no campo e abertura de mercado.
Para ter efetividade, esta desejada abertura terá que ser comercial e tecnológica. Israel, Peru e Espanha poderão contribuir neste contexto, ajudando o agronegócio brasileiro a ser ainda mais produtivo. Com condições adversas, estes países destacam-se por produzir no deserto (Israel), pelo adensamento de plantio (Peru) e pela eficiência em frutas (Espanha).
Já a estrutura de transporte – poderemos nos inspirar nos Estados Unidos -, deverá contemplar nitidamente as rodovias para entregas de curtas distâncias, e hidrovias e ferrovias para escoamento de longas distâncias.
Diante deste cenário, minhas expectativas são extremamente positivas. Acredito que o governo Bolsonaro colocará efetivamente o pé no mato, sem medo de levar picadas de cobras, por mais venenosas que elas sejam.