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OS DESAFIOS DA METADE SUL


Mario Hamilton Villela

A Metade Sul do Estado tem, com urgência, que modificar o seu perfil socioeconômico, para enfrentar os desafios deste novo milênio.

Para tal, a agropecuária, setor da economia de maior representatividade, tem que repensar o seu processo de desenvolvimento, mudando logo a sua estrutura agrícola.

Em outros textos, já mostrei aos leitores que, hoje na atividade agropecuária, não se pode mais pensar só em produtividade mas sobretudo em competitividade. Ainda mais, considerando que o nosso setor primário, no momento, face ao MERCOSUL, está comprimido pela competição internacional.

Para o desencadeamento dessa transformação, A Metade Sul, mais do que nunca , necessita de recursos humanos, que vão desde a preparação de mão-de-obra rural à formação de técnicos de nível médio, a geração de profissionais de Ciências Agrários bem preparados e concepção de produtores rurais mentalizados para essa nova arrancada desenvolvimentista. Obviamente, que a organização desse novo cenário depende, também, da contribuição oficial advinda do Governo, através do desenvolvimento da ciência e da transferência de tecnologia, pontos necessários à agilização dessas modificações.

Esse novo contexto deve surgir, articulando-se a vontade de inovar do homem do campo, com um conjunto harmônica de políticas governamentais que viabilizem essas almejadas transformações.

Essa nova realidade rural preconizada, tem que atender a maior parte da população. Essa parceria governo e comunidade tem cada qual que assumir suas diferentes responsabilidades. Só assim, num trabalho irmanado, se conseguirá superar esse quadro triste e vergonhoso que vive, lamentavelmente, o contexto socioeconômico de nossa Metade Sul. É bom lembrar que a nossa Região não se desenvolverá só com a busca de investimentos públicos, pois se ressente, e em muito, também da necessidade de aplicação de investimentos privados. Para que isso ocorra é necessário, neste momento, também, a mudança de mentalidade, não permitindo que o capital aqui gerado seja investido em outra região. A iniciativa privada da região integrante da Metade Sul, tem que se conscientizar dessa postura e se mobilizar para tal. Chega de os nossos parcos recursos, gerados com sacrifício pela pecuária, orizicultura ou outras poucas culturas, migrarem para outras áreas, eles devem aqui serem reaplicados, provocando-se , assim, a mudança da fisionomia rural da região. E isso tem que ser feito através da diversificação do processo produtivo, acoplado com a implantação de agroindústrias, aliás, isso já, também, abordei, exaustivamente em outros artigos.

A procura dessa novas culturas, quer vegetais, quer animais, a serem implantadas nesse processo de diversificação, devem ser buscadas nos órgãos de pesquisa agropecuária e fomentadas pela extensão rural, visando assim, a sua introdução com condições tecnológicas e de mercado adequadas ao sucesso técnico e econômico.

As agroindústrias a serem implantadas , também, devem ser concretizadas, após o mais amplo, sério e detalhado estudo de viabilidade econômica e dentro daquelas que mais se adaptem às características regionais, com a probalidade de existência longeva, sustentada por matéria prima garantida. Evita-se, assim, o que já aconteceu recentemente com alguns frigoríficos e outras poucas indústrias rurais. Sem falar em passado mais distante, onde existiram bons empreendimentos agro-industriais. Verdadeiras tragédias ao nosso processo de desenvolvimento socioeconômico.

Urge, portanto, que se busquem essa novas opções ou prioridades para o nosso sistema produtivo rural. A procura dessas novas alternativas deve ser debatida por toda a sociedade, como uma forma de consolidar a nossa estabilização socioeconômica, retomar o tão necessário processo de desenvolvimento e a tentativa de nossa inserção definitiva, com sucesso, no MERCOSUL.

O momento da provocação desse debate agora, é mais que oportuno, pois, temos que vencer a aparente inércia ou inépcia vivenciada em nosso processo de desenvolvimento e termos a clareza de que lugar, efetivamente, desejamos ocupar no cenário gaúcho e nacional.

Temos que aproveitar a nossa inegável vocação agrícola e nos inserirmos, de uma forma concreta e positiva , no contexto gaúcho, nacional e do MERCOSUL. Eis aí, o grande desafio que nos espera na entrada do novo milênio e que, por certo, venceremos com produtividade, qualidade e sobretudo, muita competitividade.

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O articulista tende pelo fone/fax:226.2459 ou pelo e-mail: [email protected]

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