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Microrganismos no coração do sistema produtivo (testemunhos)



Altamiro Alvernaz

Bem-vindo a um novo mundo de possibilidades!

Antes de iniciar a terceira coluna, gostaria de recapitular o que falamos na coluna passada, para solidificar os conceitos.

Na última coluna, em julho, chegamos à conclusão que para nos antecipar a doenças e melhorar os nossos parâmetros produtivos é necessário prevenção. E prevenir é proporcionar saúde. E trazer saúde é equilibrar o ambiente, seja ele seu intestino, ou o solo. E esse equilíbrio passa necessariamente por inserir microrganismos vivos, benéficos, projetados e variados no coração do seu sistema produtivo. O mundo científico está descobrindo seus benefícios através do estudo do microbioma. Equilibrar a balança é o grande segredo. Inserir microrganismos vivos e diversificados ajudam a equilibrar e harmonizar o sistema produtivo, desencadeando uma série de reações e funções que aumentam a imunidade, a saúde e, consequentemente, a produção. Quanto mais microrganismos benéficos e que exerçam variadas funções nós tivermos, mais eficientes, resistentes e resilientes a doenças será o nosso sistema produtivo. Teremos menos doenças e alcançaremos maior produtividade. O nosso próprio desempenho diário está diretamente ligado a essa balança equilibrada: mais saúde, maior imunidade, mais resistência, maior produtividade. Vimos exemplos de resultados com microrganismos vivos na agricultura, através de estudos científicos e publicações da Fundação Getúlio Vargas, além de incentivo ao uso dessa prática na agricultura via Embrapa e MAPA.

Nessa coluna apresentaremos mais evidências, resultados de campo e científicos, de como você pode trazer saúde à sua vida e a seu sistema produtivo. Como sair de um processo de décadas de remediação, que aperta suas contas, e adotar um modelo de prevenção, onde possamos ter menos gastos e mais benefícios. E ao final dessa coluna, deixarei o link com vídeos de pessoas contando suas experiências utilizando microrganismos vivos no seu sistema produtivo e de resultados em áreas produtivas pelo país.

Abrindo um parêntesis nesse parágrafo para você refletir: sabia que autismo, psoríase, transtorno obsessivo-compulsivo, obesidade, alergias, algumas doenças autoimunes, como diabetes, dermatite e a doença celíaca, são consideradas as doenças do século XXI? E que a ciência vem descobrindo que essas doenças do século XXI estão relacionadas diretamente aos microrganismos do nosso intestino? Algumas relacionadas aos bebês que nascem por cesariana? Se você possui um filho com algumas dessas características, como eu tenho, é importante saber que isso pode estar relacionado aos microrganismos que colonizaram o intestino do seu filho quando ainda bebê. Ou a alimentos que os microrganismos do seu intestino não foram capazes de digerir, como alguns dos modificados geneticamente, que destroem as vilosidades do nosso intestino, não fazendo a absorção correta desses nutrientes. Eles passam para a corrente sanguínea e desencadeiam reações químicas que acabam se transformando nas doenças auto imune, como dermatite por exemplo. Se tiver interesse, leia o livro 10% Humano, como os micro-organismos são a chave para a saúde do corpo e da mente, de Alanna Collen. Ele pode te ajudar a entender a causa de algumas dessas doenças. E lembre-se do que falamos na primeira coluna: quando a gente vê, a gente entende. Quando a gente entende, a gente se importa. E quando a gente se importa, a gente faz algo para proteger. Conselho de pai para pais.

Em 2019 acompanhei um estudo liderado pelo respeitado professor Antônio Bertechini, editor revisor do jornal científico Poultry Science, com mais de 190 artigos científicos publicados, e professor na Universidade Federal de Lavras, em Minas Gerais, onde ele demonstrou que um grupo de microbiomas projetados, compostos de alguns gêneros de microrganismos, conseguiam substituir ionóforos e anti coccidianos na produção de frango sem perda de produção. Além disso foi observado ausência para salmonela e E.coli através de suabe de arrasto. No final de 2022 o renomado professor repetiu o estudo em um ambiente de desafio sanitário, com uma alta concentração do protozoário eimeria, responsável pela coccidiose em frangos. Parte do estudo foi apresentado de 4 a 6 de outubro na Latin American Scientific Conference, da Poultry Science Association, onde Antônio Bertechini mostrou que com uma variedade de microrganismos no intestino os frangos ficam mais resistentes a doenças e não necessitam de ionóforos como promotores de crescimento e nem de anticoccidianos como preventivo no processo produtivo. O consórcio microbiano aplicado no intestino promoveu uma melhor absorção dos nutrientes da dieta, se traduzindo em última instância em uma maior imunidade e saúde dos animais. A aplicação do mesmo consórcio microbiano na cama controlou microrganismos patogênicos, proporcionando menos doenças e um maior bem-estar animal. A combinação da aplicação oral e da aplicação no ambiente se traduziu em uma maior produtividade. A conclusão do estudo, segundo o professor, foi que hoje temos no Brasil alternativa viável para a substituição dos anti coccidianos e antibióticos ionóforos como promotores de crescimento na produção de frango. O conhecimento nos faz evoluir.

Na região sul temos outro resultado semelhante, na Universidade Federal do Paraná, liderado pelo professor Geraldo Alberton, conhecido e respeitado por dez dentre dez cooperativas e indústrias de proteína animal da região. Ele vem produzindo material científico na mesma linha do professor Antônio Bertechini só que com suínos na fase de gestação e maternidade. Sem o uso de antibióticos ionóforos e anti coccidiano ele vem demonstrando que a inserção de microrganismos vivos no ambiente produtivo e no intestino da matriz e leitões trazem resultados superiores ao uso de antibióticos e anti coccidianos do modo como são utilizados hoje. Com essa modificação no manejo a maternidade obteve ganhos médios de 410g por leitão.

Eu mesmo conheço um produtor em Toledo, cidade localizada no oeste do Paraná, que utiliza microrganismos vivos em seu sistema produtivo há alguns anos. Meses atrás recebi uma foto de seus funcionários expressando a alegria com a produtividade. Saíram da maternidade com alguns leitões de 10kg. Uma média de 7kg por leitão. Compartilho com vocês.

Nos três exemplos acima, a regra foi a mesma: introdução de microrganismos vivos, benéficos, variados, projetados, dentro do coração do sistema produtivo. Mais saúde, menos doenças, menos gastos, mais produtividade. Apenas isso. Simples, não acha?

A utilização de antibióticos e anticoccidianos se dá apenas em casos isolados, em animais que realmente necessitem dessa medicação. Esse é o uso correto. Não precisamos usar antibióticos e anticoccidianos indiscriminadamente nos animais. Não queremos resistência bacteriana. Resistência bacteriana significa usar ainda mais antibiótico ou anticoccidiano. E isso não traz saúde para ninguém.

Lembre-se, antibióticos indiscriminadamente matam os microrganismos do intestino. Matam a diversidade microbiana essencial para uma vida saudável. E a comunidade científica descobriu que as doenças modernas, em humanos, como mencionei acima, têm como causa a falta de diversidade microbiana no nosso intestino. Não absorvemos corretamente os nutrientes, nosso sistema imunológico piora, ficamos mais suscetíveis às doenças, pioramos nosso rendimento. O mesmo acontece com os animais na produção de proteína animal.

Voltando rapidamente a agricultura. Mês passado, Alex Harrell bateu o recorde mundial de produção de soja, nos Estados Unidos, com mais de 230 sacas por hectare. Segundo Alex, o grande diferencial, ficou por conta da aplicação de biológicos no sulco de plantio, ácidos húmicos, fúlvicos e a inclusão de esterco de frango, ajudando na diversidade microbiológica do solo. Mais um exemplo dos benefícios de microrganismos vivos no coração do sistema produtivo. Nesse caso, Alex potencializou a diversidade microbiana no solo aplicando matéria orgânica, e os ácidos húmico e fúlvico, que são o processo de decomposição da matéria orgânica, ação feita por microrganismos do solo.

Poderia citar outros exemplos científicos e de campo de como é possível equilibrar o seu sistema de produção utilizando microrganismos vivos no coração dele e aumentar sua produção. Para não me estender, segue abaixo um link com vídeos e fotos de testemunhos de quem utiliza microrganismos vivos no coração do seu sistema produtivo.

E, para encerrar, vou te deixar uma pergunta da qual iniciarei a minha próxima coluna: o que é PRAGA? Ela de fato existe? Ou o manejo que aprendemos nos levou a elas? Falaremos amplamente sobre isso na nossa próxima coluna. O conhecimento nos faz evoluir. Um abraço a todos e até o nosso próximo encontro.

Clique nos links abaixo para assistir os testemunhos

Feijão

  1. https://youtube.com/shorts/AocyTOP8nsE
  2. https://youtube.com/shorts/Hk7US7B8gYs

Prova social

  1. Milho - MT Pilau: https://youtu.be/NbBRSi_WCNk
  2. Soja -  SC: https://youtu.be/aRv7N8lA__g
  3. Soja - MT BDM: https://youtu.be/GXhXR-0P9xk
  4. Soja – GO: https://youtube.com/shorts/4lafa1klboA

Algodão - https://youtu.be/T-ciC0SD4_Y

Fotos enviadas por quem usa e aprova a utilização de microrganismos vivos no coração do seu sistema produtivo

 

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