![Amado de Olveira Filho](https://www.agrolink.com.br/upload/colunistas/NT442.jpg)
O Presidente Lula e o Presidente Bush firmaram
O Brasil já produz aproximadamente 18 bilhões de litros/ano de álcool, contra 20 bilhões dos Estados Unidos. Os dois países juntos produzem 75% da produção mundial. O Brasil pode chegar a 38 bilhões de litros/ano em seis anos, os EUA dobrarão sua produção em dois anos. A diferença é que a produção de álcool dos EUA tem como principal insumo o milho, cultura de ciclo curto, enquanto que nós produzimos a partir da cana.
Sabemos que o nosso álcool é mais barato que o norte americano, além de que, a necessidade dos EUA aumentar a produção de álcool a partir do milho, oferece a agricultura brasileira algumas vantagens interessantes. Num primeiro momento o mercado de milho fica favorável ao Brasil e o mercado de soja mais ainda, em função da necessidade dos EUA de ter que produzir mais milho para converter em álcool.
Exatamente quando fazemos esta análise de que a crescente produção de álcool pelos EUA, num primeiro momento, afeta o mercado mundial de milho e soja, precisamos refletir que eles já utilizam 20% da safra de milho para a produção de álcool e sabidamente não possuem áreas para a expansão para a produção de grãos. O Brasil que planta aproximadamente 6,0 milhões de hectares de cana tem outros 25,0 milhões com aptidão para novos plantios.
Assim, podemos imaginar que com este Memorando assinado
A preocupação deles é que se todos os países resolvessem adicionar 10% de álcool à gasolina, o consumo do combustível renovável chegaria a 130 bilhões de litros/ano. Um mercado extraordinário! Mas se o Brasil domina a mais de três décadas a tecnologia do álcool, se temos áreas para futura expansão, se temos experiência de negociação do álcool via Bolsa de Mercadorias & Futuro, portanto, com credibilidade para tratar da comercialização da futura commodity álcool, por que precisamos dos EUA?
Hugo Chaves não gostou, eu também não. Claro que o Chaves está preocupado com o seu rico petróleo em função de que este combustível representa 80% de suas exportações e financiam todas as suas bravatas. Eu não gostei porque salvo melhor juízo, estamos perdendo a oportunidade de liderar a produção mundial de biocombustíveis. Por outro lado, sabemos que a preocupação de Bush é apenas comercial, se fosse ambiental, não taxaria nosso álcool
Atualmente precisamos das parcerias para alavancarmos grandes negócios. As parcerias precisam ser do tipo "ganha-ganha", sinceramente não consigo ver onde esta parceria poderá ser favorável ao Brasil e a nossa Agricultura. Você consegue?