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Etanol: mercado em aquecimento


Sergio de Almeida Parasmo

 É fato que a cana neste momento é a melhor alternativa de matéria-prima para a produção de combustível renovável, ou seja, etanol. O álcool, adicionado aos combustíveis fósseis, diminui a emissão de poluentes nocivos e, como conseqüência, retarda o processo de degradação do meio ambiente.

Nesta última década o mercado passou por um processo generalizado de transformações tecnológicas e organizacionais, que não só levou o país a ser líder isolado na linha de álcool combustível a custos comparativamente mais baixos de produção, como também tornou a indústria canavieira brasileira um negócio atraente em âmbito mundial.

Segundo a COGEN-Associação Paulista de Cogeração de Energia, "o clima favorável e expansão da área de cultivo da cana deverão garantir uma produção de etanol, de pelo menos 20 bilhões de litros na safra 2007/08, ou seja, 12,3% mais do que no período anterior e com novo recorde".

O aumento da produção não implicará diminuição das florestas, porém quanto mais se melhorar a produtividade da cana, menos espaço de terra será necessário explorar. Antes de quantidade deve-se saber o valor da "qualidade".

Com o mercado em franco crescimento, o atual momento é eufórico. Nenhum outro país tem tanta terra disponível quanto o Brasil para aumento da produção de cana.

Temos hoje no Brasil 200 milhões de hectares ocupados com pastagens. Desse total acredita-se que 90 milhões sejam adequados para a cultura da cana. Para se ter idéia da área, a agricultura ocupa hoje 62 milhões de hectares, dos quais somente 6 milhões são ocupados com a cultura de cana-de-açúcar. Podemos imaginar o ritmo de crescimento necessário para ocuparmos toda essa terra disponível.

A partir do momento em que o etanol tiver status de commodity internacional, poderá largamente ser exportado pelo Brasil. Serão geradas muitas divisas ao país, com um produto que colabora no combate à poluição e ao aquecimento global. Por conta desse verdadeiro "boom" do setor, há uma expectativa muito grande quanto aos investimentos.

Analisando o contexto mundial, vemos muitos outros países investindo nesse novo nicho, como África, China, Índia, enfim, muitos já se organizam para ter a sua fatia do mercado. E nessa disputa vence aquele que souber aproveitar seu espaço e investir no momento exato. Então, a questão é: já estamos preparados?

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