![Amado de Olveira Filho](https://www.agrolink.com.br/upload/colunistas/NT442.jpg)
O povo brasileiro é pródigo
Na semana passada, tive a oportunidade de acompanhar um grupo de norte americanos dirigentes de um fundo com pretensão de realizar grandes investimentos
No caso do fundo Rodman and Renshaw representado por Jimmie Sundstron, nossos anfitriões foram perfeitos, tinham na ponta da língua a logística disponível, o estoque de terras para converter em canaviais, a capacidade agrícola implantada juntamente com máquinas e equipamentos. A esperança cintilava não só nos olhos, mas também nas falas, gestos e na certeza em afirmar, aqui é o melhor lugar para se investir.
De fato os municípios de Itiquira, Alto Garças, Santa Rita do Trivelatto, Sapezal, Campo Novo dos Parecis e Tangará da Serra que foram visitados e mais de uma dezena de outros, possuem amplas condições de receberem investimentos como pretende realizar o fundo Rodman e Renshaw. Nossas terras, nossa capacidade produtiva angariada em décadas de intenso labor nos credenciam a produção de etanol a partir da cana de açucar e milho.
Os dirigentes do fundo que nos visitaram a tudo assistiram, recolheram informações e se comprometeram a aqui retornarem brevemente com algumas definições de onde e quanto investir. Neste sentido eu me associo aos esperançosos que precisam de investimentos para implantação de unidades industriais, acredito que deverão realizar investimentos em dois ou mais municipios. Valeu a pena os esforços de todos os envolvidos.
Não comungo, no entanto, com a esperança de soluções no quesito logistica em curto e médio prazos, passado quase um ano do lançamento do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) o que foi efetivamente feito no Estado de Mato Grosso? Não estamos do meio para o fim deste mandato do Presidente Lula e as luzes amarela e vermelha já foram acesas para nossas obras rodoviárias, ferroviárias e hidroviárias, desta forma, “a coisa está ficando preta.”
Destarte, tenho esperança de que as forças vivas deste Estado se mobilizarão para reverter o cenário desesperançoso de falta de investimentos na infra-estrutura de transporte. Temos amplas condições de continuar produzindo e ainda aumentar a oferta de alimentos, inclusive carnes a partir do milho e ainda produzir etanol e biodiesel que permita a implantação de um poliduto para colocar nossos bio-combustíveis no litoral rumo ao mercado internacional.
Não é aceitável que a produção de bio-combustíveis seja o item mais importante da agenda do Governo Lula e não tenhamos a logística de escoamento de uma produção que somos capazes de realizar. Não é compreensível, também, que membros do Governo Federal, sem estudos conclusivos, se coloquem contra a produção de etanol
É justo, no entanto, registrar os esforços do Escritório de Representação do Governo do Estado em Brasília, do Governador do Estado, da FAMATO e ainda, do Deputado Homero Pereira, em trazer a Mato Grosso investidores capazes de realizar inversões financeiras em volumes e prazos que não temos. Se não vier a logística adequada, eta nóis, de novo, produzindo sem ter como escoar.