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E nós, como é que ficamos?


Amado de Olveira Filho

Comunicação! Este é um dos grandes problemas que o Governo Federal enfrenta com maior nitidez após a chegada ao Governo do Ministro Franklin Martins. Todo mundo fala, sem qualquer preocupação com um detalhe conhecido como “coordenação”. Esquecem que por comunicação de massa, se entende como a comunicação social dirigida a uma ampla faixa de público, anônimo, disperso e heterogêneo, atingindo simultaneamente uma grande audiência, graças à utilização dos meios de comunicação de massa.

Sem se preocupar com o detalhe da velocidade dos meios de comunicação à disposição da população, as autoridades federais exageram em afirmações bombásticas sem avaliar as conseqüências da fala de um Ministro de Estado e inclusive do próprio Presidente da República.

Quando convidado para o cargo de Ministro de Estado de Minas e Energia, o Senador Edison Lobão, além de tornarem conhecidas as façanhas do Lobinho, afirmou que não via riscos de apagões no Brasil, apenas sentia a necessidade de praticar aumentos nos preços da energia. De aumentos passou a falar em realinhamento e finalmente após a sua posse afirmou à nação brasileira que não haverá nem apagões e nem aumentos de preços. Isto não é verdade, os preços da energia no atacado já estão sendo elevados há muito tempo.

Nesta segunda feira acendeu a luz vermelha no mundo todo, o medo nas variações dos principais índices acionários transformou em pânico e tudo virou um mar de incertezas. A Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA) despencou num só dia 6,6%. Os pequenos investidores registraram um desalento nas perdas acumuladas na BOVESPA. Tudo isto acontecendo e vem o Ministro da Fazenda dizendo: “A economia brasileira continua dando sinais de vigor e vitalidade, portanto, é possível que o Brasil consiga passar por essa crise sem maiores implicações”, assegurou o ministro.

Se o Governo se limitasse às declarações de Guido Mântega, o Cacique da Fazenda, o Brasil e o mundo não conheceriam a verdade do Governo Brasileiro, pois no mesmo dia, o Presidente do Banco Central, anunciou: “Não temos a ilusão de que o Brasil está totalmente imune ao desenvolvimento no exterior, mas cremos que estamos mais preparados para uma conjuntura externa adversa do que costumava ser o caso no passado”. Para onde foram o vigor e a vitalidade anunciada pelo Ministro da Fazenda?

O que nos preocupa é que as duas autoridades fazem parte do Conselho Monetário Nacional, são as principais autoridades financeiras da República e existe um largo hiato na compreensão do que de fato representa a crise estabelecida mundo a fora. Por outro lado, surge uma indagação, até onde o mercado está levando estas considerações oficiais como verdadeiras? Mas o fato é que bilhões de dólares são manejados em função de afirmações como estas.

Ainda na segunda feira à noite manchetes noticiavam cortes nas obras do PAC, na manhã de terça feira, novas manchetes davam conta de que o Governo descartou cortes no orçamento do PAC. E aí? E nós como é que ficamos? Não nos restam alternativas, devem deixar de ouvir os comentários oficiais a respeito da economia brasileira, todos àqueles que têm dificuldades em entender a crise provocada pelos Estados Unidos. A alternativa é buscar informações em publicações especializadas, caso contrário, concluiremos que o Brasil não faz parte do planeta terra, portanto, imune às crises que assolam este pequeno mundo.

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