Primeiramente quero deixar registrado meu orgulho pelo convite para escrever essa coluna bimestral aqui no Agrolink. Ter um espaço para falar um pouco sobre minhas experiências e descobertas ao longo dos meus anos de pesquisa, leitura e prática com os microrganismos, será um imenso prazer.
Pretendo apresentar uma nova visão para assuntos que hoje são tratados como “status quo”, até então intocáveis. Sempre acompanhado de comprovações e dados científicos. Foi com esse pensamento que cheguei ao que hoje é conhecido como TCP, a Tecnologia do Consórcio Probiótico. Espero ser a fagulha para mudar sua forma de enxergar alguns temas, e que isso possa lhe trazer muita prosperidade.
Parei no mundo dos microrganismos por acaso. Tenho um problema de saúde na família e tentei achar alguma solução para amenizar os danos da doença. Os amigos sabem que nossa mãe é sagrada e que movemos montanhas para vê-las bem. É o que eu tenho feito há 14 anos. Meus estudos atrás de uma solução para a doença dela me levaram a muitas descobertas e viagens em busca de conhecimento. Até que cheguei nos microrganismos.
Os microrganismos fazem parte da nossa história há muitos anos. Os norte-americanos já usavam o poder dos microrganismos contra doenças ocasionadas por feridas nos campos de batalha. Antes de ser sintetizada, a penicilina, um poderoso antibiótico, era usada quando um soldado se feria na guerra civil americana colocando-se um pedaço de pão embolorado na ferida por causa da propriedade antibiótica para evitar uma infecção.
Alexander Fleming descobriu a penicilina em 1927, mas o problema era não encontrar cepas comercializáveis para produzir a penicilina em escala industrial. Só em 1942 que sua industrialização foi possível. A penicilina foi muito importante na história da segunda guerra. E em 1945 Alexander Fleming recebeu um prêmio nobel pela descoberta.
A penicilina é um subproduto de um fungo, na linguagem técnica, um metabólito. Para quem não sabe, o metabólito é o produto do metabolismo de substâncias em organismos vivos. Em resumo, seria o resíduo que sobra depois que o organismo aproveita a parte útil do alimento.
Segundo o entendimento atual dominante, os fungos produzem várias enzimas, vários metabólitos. É como uma guerra química para combater a concorrência por alimentos com outros micróbios, fungos, bactérias e vírus. É por esse motivo que o antibiótico funciona. Os fungos produzem esses metabólitos assim como o fungo da penicilina as produz para matar as bactérias que competem com ele. E quando nós, humanos, tomamos a penicilina ela mata as nossas bactérias.
O problema foi o ocidente, capitaneado pelos médicos e veterinários norte-americanos, a partir do fim da segunda guerra mundial, usarem indiscriminadamente o antibiótico para tudo, como se fosse a solução para todos os problemas de saúde. Isso se difundiu pelo ocidente e a prática é prescrita até hoje. Só que com o passar dos anos criamos o efeito colateral a esse tipo de manejo. Biólogos, médicos, farmacêuticos, veterinários, zootecnistas chegaram à encruzilhada que nos encontramos hoje com a resistência bacteriana e o aparecimento das superbactérias hospitalares que matam diversos seres humanos ou das salmonelas no ambiente produtivo animal que trazem imensos prejuízos na produção de monogástricos.
Por outro lado, na contramão do ocidente, o uso de cogumelos, fungos, microrganismos no extremo oriente é uma tradição antiga. Principalmente na Coreia e Japão. O uso de variados microrganismos naturais reforça e protege os mecanismos de defesa naturais do nosso corpo. A aplicação dessas soluções naqueles países, há séculos, atende a nichos de mercado que a nossa farmacologia não alcança. Na verdade, não tem o interesse em alcançar, assim vende mais remédio, seja para humanos, seja para animais.
A medicina ocidental se concentra em identificar e eliminar o agente da doença. Ficamos doentes e depois eliminamos a doença. Processo de remediação. Isso é muito importante e já salvamos milhares de vidas, mas não fazemos quase nada para promover o lado bom, o da prevenção, melhorar aquilo que temos dentro de nós para não necessitarmos da medicação. O lado bom é aumentar a nossa saúde, melhorar o nosso sistema imunológico, nos deixar mais fortes e aptos para não ficarmos doentes. É mais barato e saudável para nós. Só não é saudável para a indústria que produz os produtos para remediação, seja ele um antibiótico, seja ele um defensivo agrícola.
Por que será que a maior expectativa de vida do mundo é dos japoneses? Por que existem tantas pessoas centenárias naquele país? Já parou para pensar? Será que é por que eles usam preventivos ao longo da sua vida ou porque usam remediadores? Ninguém quer ficar doente e ter que ficar tomando remédios constantemente. Por isso se previnem. Esse conceito é o primeiro que quero trazer. Remediar interessa a indústria. Não interessa a nós. A nós interessa é nos prevenir. Não queremos ter problemas crônicos! Eu não quero é ficar doente! Não quero ficar gastando fortunas com remédios! Eu não quero é ter problema com pragas na minha fazenda! Eu não quero é ter problema com salmonela e coccidiose na minha criação animal!
Para isso, meu amigo, temos que nos prevenir. E a prevenção passa obrigatoriamente por algo que não agrida a nossa produção, que não agrida a nossa saúde. Temos que trazer saúde para dentro do sistema produtivo. Com um sistema produtivo saudável, teremos condições de gerar mais riqueza. Fazendo um paralelo: quando estamos bem de saúde conseguimos produzir bem mais, estamos mais dispostos e espertos. O mesmo acontece quando proporcionamos isso ao nosso sistema produtivo, seja na agricultura ou na pecuária. Prevenir é trazer vida para o sistema. Seja ele nosso intestino, o intestino de um animal, ou o solo. Remediar é matar todo o sistema e começar o ciclo de novo até que se precise remediar novamente, gerando resistência e menos produtividade.
E agora o principal: é mais barato prevenir do que remediar!
Vou dar um exemplo de prevenção de dentro da minha casa para você. Eu criei uma formulação com microrganismos de interesse à saúde humana que minha mãe, filha, esposa e eu tomamos. Não temos problema com doenças bacterianas ou virais há alguns anos. Minha filha que toma desde que nasceu nunca teve doença bacteriana ou viral até o momento. Pelo contrário, ela é a criança com maior desenvolvimento dentre todas as crianças da turma dela. Fala e entende em inglês e português e fala pelos cotovelos. Ela só tem 2 anos. Esse blend com microrganismos e seus metabólitos que utilizamos aqui em casa aumenta nosso sistema imunológico, melhorando nosso desempenho, o que torna muito difícil pegarmos doenças. Isso é prevenção.
Agora falando especificamente para o agricultor: você pode resolver seu problema com pragas sem usar nematicida e fungicida. Você sabia?
Você pode resolver seu problema com patogênicos na criação animal sem usar antibiótico ou anti coccidiano como promotor de crescimento. Você sabia?
Você pode reduzir sua exposição aos altos preços dos fertilizantes. Você sabia?
Já existe comprovação científica sobre esses temas. Basta levar saúde a seu sistema de produção. Basta atuar de modo preventivo. É muito mais barato e eficiente. Falarei sobre cada um desses assuntos aqui na coluna ao longo dos próximos meses.
O conhecimento nos faz evoluir.
A evolução está sempre acontecendo. Não tem um ponto que ela acontece e depois não acontece mais. A evolução é baseada no conceito de benefício mútuo e na oferta de generosidade. Eu acho que esse é o poder da bondade. Fazemos isso dentro da nossa casa. Pare para pensar: quando a gente vê, a gente entende. Quando a gente entende, a gente se importa. E quando a gente se importa, a gente faz algo para proteger.
Estou trazendo esses conceitos e, para alguns, novos conhecimentos, para evoluirmos juntos e melhorarmos o mundo à nossa volta. Eu tive a infelicidade da doença da minha mãe, mas eu desenvolvi algo para proteger a ela e que hoje divido com muito carinho com todos para que vocês possam se proteger também. É o poder da prevenção. E tenho certeza: no meu lugar você faria o mesmo, dividiria aquilo que você aprendeu. Afinal não somos 01 indivíduo. Somos uma vasta rede de moléculas, energia. A interconectividade do ser é o que nos define. Sem isso não somos nada. Até a próxima coluna. E que Deus nos abençoe na nossa caminhada. Bem-vindos a um novo mundo de possibilidades.