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Avaliação de Inibidores de Fitotoxicidade de Lactofen sobre a Cultura da Soja.


Roberto Akitoshi Komatsu

INTRODUÇÃO
 A cultura da soja (Glycine max L. Merrill), é hoje, a segunda cultura em área plantada no Brasil e, no âmbito mundial, o segundo maior produtor dessa leguminosa. Desde a sua introdução no Brasil, tem sido conduzida com alto nível técnico em todas as suas operações. (EMBRAPA SOJA, 2003). Entretanto, a presença de plantas daninhas na cultura da soja causa problemas que se reflete em perdas na qualidade do produto, no rendimento e até mesmo na inviabilização da colheita. Em relação aos custos de produção, o controle das invasoras representa um dos itens que mais oneram o produtor, variando desde 15% até 40% do total utilizado com insumos. (TIMOSSI e DURIGAN, 2002). Alguns produtos utilizados em pós-emergência costumam causar fitotoxicidade na cultura, especialmente àqueles pertencentes ao grupo dos inibidores da enzima protoporfirinogênio oxidase (PROTOX), dentre estes se destaca o lactofen. Este fato, causa preocupação aos agricultores quanto ao efeito visual, embora não se tenha dados de que isso afete significativamente a produção (EMBRAPA SOJA, 2000). Neste sentido, o objetivo deste trabalho foi avaliar a ação de inibidores de fitotoxicidade de lactofen sobre a cultura da soja.

METODOLOGIA
 O experimento foi desenvolvido na área experimental do campus da Faculdade Integrado de Campo Mourão, sobre Latossolo Vermelho distroférrico, na safra de verão 2004/05, em Campo Mourão, PR. O delineamento experimental foi composto por blocos casualisados com cinco repetições. O material vegetal utilizado foi a cultivar soja BRS-215, cujo plantio foi realizado na primeira quinzena de novembro de 2004. Os tratamentos foram seis manejos de aplicação de herbicidas e adjuvantes. Os manejos foram: T1 = testemunha (capinada); T2 = lactofen; T3 = lactofen + adjuvante (zinco); T4 = lactofen + adjuvante (nitrogênio + potássio + compostos orgânicos); T5 = lactofen + adjuvante (nitrogênio + fósforo); T6 = lactofen + adjuvante (cobalto + molibdênio). Os tratamentos foram aplicados com as plantas daninhas no estádio de 2 a 4 trifólios. As características avaliadas foram: 1) porcentagem de fitotoxicidade na cultura aos 3, 7, 14, 21 e 28 dias após a aplicação (DAA); 2) recuperação da fitotoxidez na cultura ao longo do tempo; 3) produtividade (kg ha-1) de cada parcela experimental e; 4) relação benefício/custo. Os dados coletados foram submetidos a análise de variância e suas médias comparadas pelo teste de Duncan em nível de 5% de probabilidade.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
 Ocorreram cloroses e necroses nas folhas de soja, pelo efeito fitotóxico do herbicida lactofen, resultados semelhantes de fitotoxicidade foram observados por Gazziero & Neumaier (1985). Para o efeito dos adjuvantes em reduzir a fitotoxicidade do herbicida lactofen, foi possível observar diferenças estatísticas significativas na porcentagem de fitotoxicidade sem e com adjuvantes utilizados no estudo (Tabela 1). Os tratamentos T2 e T5, não diferiram estatisticamente e apresentaram as maiores porcentagens de fitotoxicidade sobre a cultura da soja aos 3 e aos 7 DAA. A partir dos 14 DAA, não diferiram estatisticamente entre os tratamentos (Figura 1).
 O efeito de maior fitotoxicidade atribuído ao T5 pode estar associado à idade das folhas no momento da aplicação (V4), (KERBAUY, 2004), ao efeito espalhante adesivo, que pode ter prolongado o tempo entre a aplicação e a absorção pela planta e; provavelmente à presença de N em sua composição. Os tratamentos T3, T4 e T6, não diferiram estatisticamente entre si, e foram menos fitotóxicos estatisticamente que T2 e T5, aos 3 DAA e aos 7 DAA. Dos 3 DAA até a última avaliação aos 28 DAA, todos os tratamentos com herbicidas, reduziram gradativamente a porcentagem de fitotoxicidade com o desenvolvimento da cultura, o tratamento T4, acarretou sintomas de fitotoxicidade nas folhas de soja, fazendo com que a planta respondesse com aumento de trabalho mais intenso do maquinário respiratório, visando processo de detoxicação do ingrediente ativo do herbicida, acarretando a diminuição da quantidade de substratos para promoção do crescimento (MARSCHNER, 1995 & TAIZ 1998).
 A produtividade em relação ao tratamento apenas com lactofen, correspondeu a produções superiores dos T3 e T4 (Tabela 2). Para o T6 e T5, produção inferior. O efeito dos adjuvantes em relação ao tratamento apenas com lactofen, correspondeu a produções superiores de T3 e T4, com 13,7 e 8,9 sacos a mais respectivamente. Para T6 e T5, produção inferior em 1,9 e 7,7 sacos a menos respectivamente.
 A relação benefício/custo (Tabela 3), do presente trabalho indica serem viáveis economicamente os tratamentos T3 e T4 e não sendo viáveis os tratamentos T5 e T6, em função das doses utilizadas, seus custos e o retorno proporcionado no aumento/redução da produtividade.

CONCLUSÕES
 
 Todos os adjuvantes apresentaram fitotoxicidade com lactofen, ocorrendo diferenças significativas entre eles.
 O adjuvante (N, P2O5), apresentou maior fitotoxicidade, menor recuperação inicial aos 14 DAA, produtividade negativa comparado com a testemunha e apenas com lactofen e benefício/custo negativo. 
 Os adjuvantes contendo Zn e; N, K e compostos orgânicos , apresentaram-se com menores fitotoxicidades , maiores recuperações iniciais da fitotoxicidade , produtividade positiva comparado com a testemunha e apenas com lactofen e, benefício/custo positivo.

Veja abaixo o artigo na íntegra:

http://www.agrolink.com.br/colunistas/arquivos/1663.doc

 

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