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Agricultor: Aptidão natural para trabalho


Mauricio Saito

É dia do agricultor (29/07), mas não há muito o que se comemorar, precisamos ser realistas quanto a isso. Pois mais que qualquer outro setor, a agricultura passa por dificuldades. Mas também não adianta sermos pessimistas. O agricultor ó precisa fazer a parte dele, como sempre fez, que é continuar produzindo apesar das adversidades. Isso porque todo agricultor tem uma aptidão natural para o trabalho.

O homem do campo, que abriu fronteiras, tem dado a esse país uma geração de riquezas, de empregos e um desenvolvimento fantástico. Temos terras férteis, clima propício, e temos o mais importante: um grande brasileiro, que é o agricultor. O Brasil só precisa entender esse mecanismo, ter a compreensão profunda desse setor sem estereótipo, sem radicalismo, e o que é mais importante, sem ideologias políticas partidárias. Essa aptidão natural precisa ser explorada para ganhar o mundo.


Com fantásticos índices de produção, devido ao alto nível de tecnologia empregado na agropecuária brasileira, seja em grãos, carnes e outros produtos, temos ganhado mercados potenciais como a Europa, Estados Unidos, e recentemente a China e a Rússia, mas isso precisa ser consolidado. O Brasil precisa de fato ser considerado um grande produtor e fornecedor dessas commodities, porém sem perder o foco de que precisamos intensificar a agroindústria. 

Nesse momento a maior riqueza do País é o produtor rural e precisamos dar a ele as condições mínimas para possa continuar produzindo. Não estamos falando em subsídios, por que não queremos nada de graça, mas é importante saber que nós competimos num mundo globalizado e que os nossos concorrentes têm apoio de diversas naturezas. Eles recebem recursos para produzir, pagam menos impostos e melhores estruturas logísticas, assim seus produtos entram para o mercado mundial competindo com o nosso, que não tem os mesmos benefícios.


O que queremos hoje para nossos produtores é nada mais que uma infra-estrutura; nada mais que logística; nada mais que um sistema de armazenagem; e nada mais que um sistema portuário que dê vazão a essa 'explosão' de produção que o País tem. Não podemos continuar com uma política especulativa como a adotada hoje pelo governo federal. Nós produzimos com qualidade e somos bons nisso, mas quando se busca recurso no mercado financeiro para financiar a safra, não se encontra dinheiro a juros compatíveis com a realidade desse negócio. Depois, precisamos de uma política pública específica, uma política econômica que de sustentação a esse mercado. Os nossos governos precisam entender essa dinâmica e acreditar que nosso País é rural e que nós temos potencial e, ao acreditar, dar sustentação. O agricultor, esse homem trabalhador que não descansa seja sábado ou domingo, que não tem férias, só precisa de condições mínimas, o restante ele sabe fazer.

Acredito que o Sistema Sindical Patronal, representado no Brasil pela CNA ( Confederação da Agricultura e Pecuária), no Estado pela Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul) e nos municípios pelos 65 Sindicatos Rurais,  também está passando, juntamente com o agricultor, por transformações. Estamos começando a perceber que precisamos dar a solução para o agronegócio sem depender do governo. Só não podemos abrir mão, como qualquer cidadão brasileiro, do mínimo que o estado tem que fornecer a essa sociedade (estradas, portos, armazéns, juros compatíveis, uma política específica). 

Com essa estrutura não haverá País no mundo que irá nos superar. Sabemos que temos aptidão e categoria para isso; Agora precisamos mostrar para a sociedade que nosso país é rural e que Mato Grosso do Sul é um Estado eminentemente agropecuário.

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