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A vez da Ovinocultura


Mario Hamilton Villela
A ovinocultura riograndense vive, novamente, um momento de transição. O rebanho ovino gaúcho que atingiu um total de 13 milhões de cabeças, hoje está reduzido ao redor de 6 milhões. Essa população ovina era quase toda destinada à produção de lã. O mercado em nível mundial perdeu significativamente espaço para as outras fibras e esse episódio, aliado a outros de menor monta, conduziu o setor a uma descapitalização, levando o produtor ao mais profundo desestímulo.

Lembro-me houve uma época, não muito distante, onde a ovelha através de sua lã pagava todo o custeio do estabelecimento rural. Hoje, a renda gerada por esse segmento do processo produtivo, dentro do cômputo geral de uma empresa rural, é quase inexpressiva.
Um bom programa de incremento à produção de carne ovina, na atualidade, poderá, sem dúvida, dar novos alentos ao desenvolvimento da ovinocultura no Rio Grande do Sul. A implantação de um bom projeto de produção de carne ovina deve ser estabelecido com objetivos bem claros, partindo da utilização das nossas raças tradicionais com base para a implementação de cruzamentos tecnicamente orientados. Tal programa (produção de carne ovina) paralelo tem como grande aliado o extraordinário potencial de consumo de carne existente no País.
O desenvolvimento da ovinocultura auxiliará na retomada da organização do setor primário e contribuirá para a melhoria das condições de vida da família rural e ajudará decisivamente na redução do êxodo rural.
 Para o enfrentamento desse novo contexto, deve ser articulada com precisão a vontade de inovar no campo com um conjunto bem harmônico de políticas governamentais que viabilizem essas almejadas transformações. Essa nova realidade tem que atender a maior parte da população rural, especialmente da Metade Sul do Rio Grande. Para o êxito dessa necessária parceria: governo, empresa (agroindústria) e produtor, é necessário que seja estabelecida a consciência de que todos devem assumir suas diferentes responsabilidades.

 Urge, portanto, que se busque a reabilitação no cenário rural, especialmente na Metade Sul do Estado, dessas opções (produção de lã e carne ovina), como uma das saídas para a retomada de nosso processo produtivo. A reativação do segmento ovinocultura deve ser debatida abertamente por toda a comunidade rural como uma alternativa de consolidar a nossa estabilização socioeconômica e retomar, assim, com mais incremento o nosso processo de desenvolvimento rural e a tentativa de nossa inserção definitiva com sucesso no MERCOSUL. Aliás, o posicionamento geopolítico do nosso Rio Grande do Sul em decorrência do MERCOSUL, tem uma conotação estrategicamente importante e vantajosa, em termos industriais – mercadológicos.
O momento para a provocação desse debate sobre - a recuperação da ovinocultura, agora é mais do que oportuno, pois temos que vencer com competência a aparente inércia ou inépcia vivenciada nesse segmento de nosso agronegócio.
Eis aí, mais um grande desafio que nos espera: retomarmos, com sucesso, a produção de ovinos; o momento é mais que promissor.
  Por certo venceremos com pordutividade, qualidade, criatividade e sobretudo muito competitividade.

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