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A importância da aviação agrícola no combate às doenças da agricultura


Jeferson Luís Rezende

Primeiro foi a DFC (doença de final de ciclo) na SOJA; depois, a Ferrugem Asiática; e mais recentemente, a Cercospora no MILHO.

Estas doenças surgiram de forma mais aparente há poucos anos no meio rural, que até então, não praticava nenhum manejo mais específico, pontual, para evitá-las ou combate-las.

No entanto, após as pesquisas realizadas pelas Cooperativas Agropecuárias e por Instituições como a EMBRAPA; Fundação MT; Fundação ABC; FAPA; CODETEC; entre outras, se observou à necessidade de tratamento fungico para que sejam garantidas as produtividades, e no caso específico da ferrugem, a manutenção da colheita.

A partir desta nova fase, surgiu um novo manejo agrícola, que incluiu a aplicação de fungicidas nas lavouras de SOJA.

Com isso, apareceu uma nova prática agrícola que incluiu a AVIAÇÃO AGRÍCOLA, já que a aplicação de fungicidas ocorre normalmente numa fase em que as perdas por amassamento da lavoura são consideráveis; há necessidade de rapidez e de maior eficiência no tratamento.

É importante e necessário ressaltar que a aplicação de fungicida é mais técnica, exigente em relação ao tratamento de inseticida – por exemplo. Exige precisão absoluta e observação pontual das condições meteorológicas. Além do que, neste tipo de trabalho – no caso da ferrugem – não há espaço para erros. É uma missão de guerra!

Estas considerações precisam ser explicitadas porque existe grande desconfiança no meio agrícola, em relação à eficácia do tratamento aéreo fungico. Boa parte, provavelmente a maioria dos pesquisadores; agrônomos e produtores rurais; ainda tem um pé atrás com o uso do Avião para combater doenças, particularmente, a ferrugem. No estado do Mato Grosso, numa escala menor, mas de maneira bastante comum nos demais rincões do país.

Na última SAFRA DE VERÃO DO PARANÁ, ocorreram alguns problemas pontuais relacionados à APLICAÇÃO AÉREA DE FUNGICIDAS contra a FERRUGEM (região de Guarapuava), que de certa maneira ascenderam o Sinal Amarelo para a atividade. Isso porque se voava muito na região sul e central do estado, mas, por alguns erros operacionais, a AVIAÇÃO teve a imagem abalada fazendo com que grande parte dos produtores do estado investisse na APLICAÇÃO TRATORIZADA - embora este tipo de tecnologia não esteja imune a erros, muito pelo contrário. Talvez, o produtor ache menos arriscado usar as suas máquinas e os seus funcionários, a deixar suas lavouras nas mãos de um Piloto que ele muitas vezes não conhece. Parece ser, portanto, uma questão mais cultural do que técnica.

Observa-se esta desconfiança em diferentes ambientes agrícolas, porém com níveis de desconhecimento e dúvidas sempre parecidos.

Uma demonstração clara disso ocorreu durante o 58° DEFTARA – Curso de Defesa Fitossanitária, Tecnologia de Aplicação e Receituário Agronômico; Evento promovido pela ANDEF e pela Faculdade Integrada – entre os dias 30 e 31 de agosto/06, na cidade de Campo Mourão (PR).

Falou-se insistentemente sobre os problemas crônicos que afetam a aplicação tratorizada, como: uso de equipamentos sem manutenção e desregulados; pessoal pouco qualificado para as operações – embora o SENAR esteja realizando um grande trabalho para reverter isso; contaminação ambiental (lavagem ou carregamento do pulverizador em córregos e rios, e falta de área própria para descontaminação da máquina); entre outros problemas. Mencionaram que 115% dos Pulverizadores vistoriados pela maior Cooperativa Agropecuária do Brasil, apresentaram irregularidades; estavam fora de conformidade! Mesmo assim, em nenhum momento foi abordada ou discutida a Tecnologia Aeroagrícola: sua qualidade; sua segurança operacional em relação às pessoas e ao meio-ambiente; etc.

Quando indagamos um dos Palestrantes sobre o assunto, tivemos a nítida impressão de que o mesmo pouco sabia a respeito.

Já num outro momento, durante uma Palestra sobre Treinamento e Educação; o palestrante ressaltou a importância que a AVIAÇÃO terá nos próximos anos, no combate a cercospora do MILHO.  

Porém, os Palestrantes falavam ao público a respeito da AVIAÇÃO AGRÍCOLA como se fosse algo de outro mundo ou uma tecnologia muito recente, nova; com pouquíssimas informações técnicas. E, todos demonstram algum medo do AVIÃO!

O fato é que há necessidade de sejam ampliadas e difundidas as informações técnicas disponíveis sobre tratamentos fungicos e outros serviços aeroagrícolas. É imprescindível falarmos a mesma língua no meio agrícola e aeroagrícola. Todos, indistintamente. Fomentando e popularizando os serviços aéreos junto aos diversos segmentos agrícolas.

No mundo moderno; na dita Era de Informação, não existe mais espaço para aventureiros. Em qualquer atividade econômica, CONHECIMENTO TÉCNICO, QUALIDADE e BAIXO CUSTO são e serão sinônimos da boa condução do agronegócio; e da Contratação de Serviços; de Produtos; ou de Tecnologias. E a AVIAÇÃO AGRÍCOLA é sem dúvida alguma, uma ferramenta estratégica importantíssima para o setor de agronegócios.

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