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(Des) Aquecimento e a produção de alimentos


Amado de Olveira Filho

           Podemos afirmar com sustentação em diversas teorias das necessidades humanas que nada é mais importante que a necessidade de comida. Claro, trata-se da necessidade de continuidade da vida.

            De repente o mundo é bombardeado por todos os meios e comunicação a respeito do aquecimento global. De toda a parte vêm notícias de que passaremos por um verdadeiro cataclisma, onde as calotas polares se derreterão e pronto, estaremos em apuros com a elevação das águas dos mares. Com graves problemas para a produção de alimentos com desaparecimento de animais e plantas e surgimento de desertos, etc.

            Agora surge o Professor Luiz Carlos Molion,  uma voz solitária, corajosa e com vasto conhecimento do assunto obtido com seu Pós-doutorado em meteorologia formado na Inglaterra e nos Estados Unidos. Tornou-se ainda, membro do Instituto de Estudos Avançados de Berlim e representante da América Latina na Organização Meteorológica Mundial, afirmando, com grande repercussão, exatamente o contrário, ou seja, haveremos de passar por um vigoroso processo de resfriamento global.

            No calor das discussões o Professor Molion afirma categoricamente que há interesse econômico por trás desse verdadeiro terrorismo climático. Isto não é novidade para nós Sul-americanos! Porém, as previsões de Molion também não são otimistas para a hipótese do resfriamento do planeta, no caso do Brasil, afirma o professor, as conseqüências serão piores, em função do esfriamento da atmosfera reduzir a possibilidade de chuvas.

            Por outro lado, devemos considerar que o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) não faz pesquisa, apenas "aglutina conhecimento já existente". E que esse conhecimento é produzido basicamente pelos Estados Unidos e pelos países da Europa. Já o Professor Molion afirma ter fotos da capa da Revista Time em 1945 que dizia: "O mundo está fervendo." Depois, em 1947, as manchetes diziam que estávamos indo para uma nova era glacial. Em quem acreditar?

            Partindo do principio que as duas situações são preocupantes o alerta mundial faz sentido e de fato todos devemos nos preocupar com o aquecimento ou resfriamento global, porém, é necessário que cheguem a um denominador comum, e principalmente, que os países passem a preocupar que em qualquer situação os povos continuarão a demandar por alimentos, afinal não estão prevendo o desaparecimento dos humanos da terra.

            Apenas para o próximo ano, a demanda mundial de alimentos é extraordinária e continuará crescente na ordem do crescimento vegetativo da população mundial. Em 2008 haveremos de consumir aproximadamente 28 milhões de toneladas de algodão, 425 milhões de toneladas de arroz, 770 milhões de toneladas de milho, 620 milhões de toneladas de trigo e 235 milhões de toneladas de soja. E podemos afirmar que se todos os humanos tivessem acesso a alimentos certamente estas previsões estariam subestimadas.

            No Brasil e no resto do mundo, precisamos então, abandonar o terrorismo que estão fazendo com mais esta questão ambiental que sabemos ser séria e, não deixarmos de investir em pesquisa que possa em qualquer situação manter a produção agropecuária em níveis capazes de continuar produzindo comida. Este é um componente que jamais poderá ser deixado de lado, afinal, não é verdadeira mais a frase de Pero Vaz de Caminha que afirmou "aqui se plantando tudo dá".

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