Calagem e Adubação de Gramíneas Forrageiras Tropicais
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Na Amazônia, os índices de produtividade animal são, geralmente, baixos, já que a maioria de seus solos apresentam baixa fertilidade natural. Desse modo, vários ensaios foram conduzidos com o objetivo de avaliar os efeitos da calagem, macro e micronutrientes, bem como identificar os fatores nutricionais mais limitantes ao estabelecimento e persistência das pastagens cultivadas. Para Brachiaria brizantha cv. Marandu, B. decumbens, Hyparrhenia rufa, B. humidicola, Paspalum atratum cv. Pojuca, Arachis pintoi cv. Amarillo e Andropogon gayanus cv. Planaltina,o fósforo, seguido do enxofre, foram os nutrientes mais limitantes à produção de forragem, sendo os efeitos do potássio e micronutrientes pouco expressivos. Para estas gramíneas, a aplicação de 1,5 a 3,0 t/ha de calcário dolomítico (PRNT igual a100%) e de 50 a 100 kg de P2O5/ha é suficiente para assegurar altas produçõesde forragem com bom valor nutritivo. Para as cultivares de Panicum maximum (Vencedor, Centenário, Mombaça, Massai e Tanzânia), Pennisetum purpureum cv. Cameroon, Leucaena leucocephala e Cajanus cajan, recomenda-se a aplicação de 80 a 120 kg de P2O5/ha e de 40 a 50 kg de K2O/ha. Para D. ovalifolium CIAT-350, Centrosema acutifolium CIAT-5112, CIAT-5277, L. leucocephala e C. cajan, A. pintoi e Acacia angustissima, a aplicação de30 a 60 kg de S/ha, além de incrementar significativamente os rendimentos de forragem, proporciona melhor nodulação (número e peso seco de nódulos) e, consequentemente aumenta a capacidade de fixação de nitrogênio.
Níveis críticos internos de fósforo
Em Roraima, a formação de pastagens cultivadas tem como um dos principais fatores limitantes os níveis extremamente baixos de P disponível. Considerando-se que as plantas forrageiras apresentam grandes variações quanto aos requerimentos de P, o conhecimento dos níveis críticos internos (NCI) é muito importante, visando o diagnóstico do estado nutricional ou o estabelecimento da necessidade de adubação fosfatada. O NCI indica o teor de P no tecido vegetal abaixo do qual há probabilidade de respostas significativas à adição do nutriente ao solo. Deste modo, determinou-se os NCI de P de três leguminosas forrageiras tropicais: Pueraria phaseoloides CIAT-9900, D. ovalifolium CIAT-350 e C. acutifolium CIAT-5277. A eficiência de utilização de P (g MS/mg P) decresceu à medida que se aumentaram as doses de P. Para as três leguminosas, os efeitos da adubação fosfatada ajustaram-se ao modelo quadrático de regressão, sendo as doses de máxima eficiência técnica estimadas em 141 e 133; 127 e 124 e, 131 e 125 mg P/kg, respectivamente para os rendimentos de MS e teores de P da pueraria, desmódio e centrosema. Os NCI determinados através da equação que relacionou a dose de P necessária para a obtenção de 90% da produção máxima de MS foram de 0,171; 0,169 e 0,158%, os quais corresponderam a doses de 77,6; 67,3 e 71,6 mg P/kg, respectivamente para pueraria, centrosema e desmódio. Estes valores são inferiores aos comumente reportados para as mesmas leguminosas em diferentes localidades da região Amazônica. Para P. atratum cv. Pojuca, as DMET foram estimadas em 106,6; 87,3 e 82,9 mg P/kg, respectivamente ara produção de MS, teores de PB e de fósforo. O NCI foi de 0,150%, sendo inferior aos comumente relatados para diversas gramíneas forrageiras tropicais. Para A. pintoi cv. Amarillo,a DMET foi estimada em 148 kg de P2O5/ha e o NCI de 0,200%. Já, para A. angustissima e C. cajan, os NCI foram de 0,169 e 0,197%, respectivamente. Para as gramíneas B. decumbens CIAT-606, A. gayanus cv. Planaltina, B. humidicola e Panicum maximum cv. Centenário, os NCI foram de 0,137; 0,135, 0,140 e 0,178%, respectivamente, os quais foram obtidos com a aplicação de 52,2; 57,9, 54,9 e 162,5 kg de P2O5/ha.
Newton de Lucena Costa (Embrapa Roraima, Boa Vista, Roraima); Antônio Neri Azevedo Rodrigues (Instituto Federal de Rondônia, Colorado do Oeste, Rondônia); Amaury Buramaqui Bendahan (Embrapa Roraima, Boa Vista, Roraima); João Avelar Magalhães (Embrapa Meio Norte, Parnaíba, Piauí)