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Biotecnologia e impactos na produção de biodiesel


Leila Oda
Leila Macedo Oda1, Vivian Cristina da Silva Faustino2 & Kelly C. A. de Souza Borges
 
1 -  Ph.D Imonulonologia e Microbiologia - ANBio
2 - Bacharel em Ciências Biológicas – ANBio
3 - MSc. Ciências Ambientais e Florestais – ANBio
 
 
No Brasil várias espécies vegetais são utilizadas atualmente para a produção do biodiesel, entre as mais citadas destacam-se: mamona, dendê (palma), girassol, babaçu, amendoim, cana-de-açúcar, canola, pinhão manso e soja, dentre outras. Os investimentos e as perspectivas oferecidas pela agroenergia constituíram tema central nas discussões do agronegócio brasileiro em 2006. Devido a isso, em 2007, a biotecnologia agrícola brasileira esteve no auge de seu avanço tecnológico, onde há a expectativa em 2008 da possibilidade do aumento do uso desta tecnologia neste setor.

Sendo assim, no ano de 2007, houve a liberação comercial de três tipos de variedade de sementes de milho GM (Milho Guardian, Milho Bt11 e Milho Liberty Link) e a aprovação de mais de 420 processos relacionados a organismos geneticamente modificados (OGMs) pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CTNBio (LERAYER, 2008).
A biotecnologia moderna tem sido empregada em vários cultivos de oleoginosas, como na soja, no milho e no algodão, totalizando mais de 114,3 milhões de hectares cultivados no mundo. O Brasil em 2007 esteve em terceiro lugar no ranking de países com a maior área de cultivo de transgênicos, estimando 15 milhões de hectares, no qual 14,5 milhões de hectares foram plantados soja RR e 500.000 hectares plantado com algodão Bollgard, oficialmente plantado pela primeira vez em 2006 (JAMES, 2006). Sendo assim, é notório o aumento da porcentagem do cultivo a cada ano, pois no ano de 2006 foram plantados 11,5 milhões de hectares, tendo um aumento de 30% em relação a 2007 (ISAAA, 2007).
Considerando a diversidade brasileira de espécies, muitas são as oleaginosas utilizadas para os mais variados fins, principalmente para a produção de biodiesel. Pelo fato da política energética estar voltada para a busca de soluções para a significativa importação de petróleo e óleo diesel, uma das alternativas está sendo a utilização do biocombustível.
Entre as espécies mais utilizadas, a soja é a matéria-prima mais viável para a utilização imediata na produção de biodiesel (AGENUSP, 2006). No entanto, a soja não é a opção mais atrativa para produção de biodiesel, no que concerne ao custo de produção do seu óleo, quando comparada com outras oleaginosas. Entretanto, a escala de produção, as opções de conversibilidade do produto e a forma como está estruturado o seu complexo, colocam o biodiesel de soja como uma alternativa a ser fortemente considerada.
Porém é preciso considerar a utilização do algodão para a produção de biodiesel, na qual uma das vantagens em relação à soja e demais oleaginosas é que ninguém planta algodão por causa do caroço, a partir do qual se produz biocombustível, mas sim para obter a fibra. Sendo um subproduto ele vai agregar valor para o produtor ao criar demanda perto da região em que é produzido. A sua desvantagem é da produção ser relativamente baixa (PESSA, 2007).
Em 2007, foram dedicados 15 milhões de hectares à soja e ao algodão geneticamente modificados, área 30% maior que a da safra anterior. E esse é só o começo de uma onda que parece ser irreversível. Hoje, o agronegócio brasileiro depende de eficiência e redução de custos - e os transgênicos são uma de suas engrenagens fundamentais, pois a biotecnologia permite fazer mais com menos (STEFANO, 2008).

O Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel foi lançado no final de 2004, onde foi estabelecia a criação de linhas de financiamento especiais para biodiesel, pois a despeito da disponibilidade de tecnologia nacional, tal combustível não era produzido até então no Brasil. Desta maneira, para condicionar o cumprimento da Lei nº 11.095/05, que prevê a adição obrigatória de 2% de biodiesel (B2) ao diesel a partir de 2008, que passará para 5% (Biodiesel B5) em 2013, são necessários investimentos em todos os setores da cadeia produtiva do biodiesel, seja na agricultura, na construção de usinas, na aquisição de equipamentos e tecnologia, no armazenamento, no transporte e em pesquisas (ALMEIDA, 2007).
          A produção de biodiesel, em 2007, foi de 402 milhões de litros, o que representou uma mistura média de B1 (1% de biodiesel no diesel). A produção foi igual ao consumo de biodiesel. A expectativa de produção de biodiesel para 2008, conforme projeção do Ministério de Minas e Energia é de pelo menos 1,05 bilhões de litros, sendo 420 milhões de B2, no 1º semestre, e 630 milhões de litros de B3, no 2º semestre. Cada 1% de biodiesel misturado ao diesel representa um ganho na balança comercial da ordem de US$ 300 milhões/ano, em virtude da substituição de diesel importado. Ou seja, com a mistura B3 a economia de divisas será de aproximadamente US$ 900 milhões (Portal Agronegócio, 2008).
De acordo com o coordenador de Agroenergia, da Secretaria de Produção e Agroenergia (SPAE), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Frederique Rosa e Abreu, atualmente, 90% da matéria-prima utilizada no biodiesel são provenientes do óleo de soja, os outros 10% vêm do algodão, amendoim, palma de dendê, gergelim, girassol, mamona, canola e sebo ou gordura animal.
            O Brasil é o segundo maior produtor de soja no mundo depois dos Estados Unidos, mas espera-se futuramente estar em primeiro. Além de ser o sexto maior produtor de algodão e o maior produtor do mundo de cana-de-açúcar com 6,2 milhões de hectares e aproximadamente usa a metade da cana-de-açúcar nacional para produzir açúcar e outra metade para a produção de etanol para biocombustíveis (ISAAA, 2007).

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