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A volta dos gafanhotos e o futuro da aviação agrícola


Jeferson Luís Rezende

Estamos passando da metade para o final da Safra 2007/08, e algumas questões de ordem precisam ser observadas, e analisadas, com o devido critério, por todos que labutam no meio Aeroagrícola.

Os preços das principais culturas (soja e milho) estão excelentes, e as produtividades deverão ser muito boas; enfim, tudo caminha para ser um ano bastante positivo para o setor de agronegócios, e, em tese, também para a AVIAÇÃO AGRÍCOLA.

Porém, há este “porém”, as coisas de fato não estão (e não ocorreram) na mesma medida para a Aviação, em algumas regiões do país, como em pontos (centro-sul) do Paraná e no norte/noroeste do Rio Grande do Sul, por exemplo. Ao contrário do que era de se esperar: mais aviões voando sobre as lavouras; estamos vendo novamente o ingresso de novas máquinas terrestres, e a volta dos Gafanhotos.

Num cenário ideal para a retomada dos vôos, observamos a retomada das vendas dos Autopropelidos, ou de Pulverizadores rebocados Vortex com maior capacidade de carga.
Certamente que isso tem uma explicação “lógica”, ou pelo menos, um indício do que levou o empresário rural optar pelas máquinas terrestres em detrimentos dos aviões agrícolas: QUALIDADE e CONFIABILIDADE dos Serviços!

Isso mesmo, infelizmente, é preciso cutucar a “ferida”, e ressaltar que se de maneira geral a Aviação Agrícola tem trabalhado direitinho, existem ainda maus operadores que conseguem denegrir bombasticamente toda a imagem da atividade. Além disso, continua faltando no setor aeroagrícola maior visão administrativa e de marketing, o que incluí necessariamente, atendimento pós-venda.

Muitas vezes um pequeno erro, pontual, acaba se transformando numa catástrofe operacional, apenas porque o operador não realizou uma visita de campo para verificar a satisfação do cliente, após a realização da aplicação. Este mesmo cliente (na maioria dos casos) não telefona para o Aeroaplicador reclamando de uma eventual falha, mas, conta para os seus vizinhos; para o seu agrônomo; e/ou para todos que participam do cafezinho na cooperativa, e assim fica o AVIÃO como o grande vilão da história: aplicação aérea não funciona, e ponto!

Por outro lado, existem Pilotos e Operadores que não fazem à mínima questão de se aproximar dos técnicos do campo; não visitam lojas de agrotóxico, nem cooperativas agropecuárias; não participam de Dias de Campo, e com isso se isolam numa redoma de vidro. Acabam ficando a deriva das novidades e dos anseios do setor agropecuário; se tornam ao longo do tempo, verdadeiros “donos da verdade”. Fato que não contribui em nada com o seu trabalho, e muito menos com a imagem da atividade aeroagrícola.
É imprescindível para todos que atuam no meio, rever conceitos; buscar intensamente novas informações (técnicas-operacionais e administrativas); e, criar laços com os seus clientes, e potenciais clientes; enfim: partir para uma completa e profunda reciclagem – de maneira permanente!

O ingresso das aplicações fungicas na cultura do Milho, de forma regular, poderá ser efetivamente a redenção econômica da Aviação Agrícola em muitas regiões, mas, apenas este novo portfólio de serviço não basta para garantir a perenidade da atividade ao longo do tempo. É preciso investir em informação e qualificação!

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