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A visão do agronegócio pela ABAG pela ABIOVE


Amado de Olveira Filho

            No  mundo empresarial é comum verificarmos posições antagônicas entre os diversos setores das cadeias produtivas. No caso do agronegócio isto não é diferente, vez por outra nos vemos em discordância com o setor agroindustrial em funções das intrincadas relações existentes entre o financiamento da produção agropecuária, sua comercialização e transformação.

            Destarte, não foi o que verificamos no último dia 13 de junho em Brasília oportunidade em que o Senhor Carlos Lovatelli Presidente da Associação Brasileira de Agribusiness (ABAG) e também Presidente da Associação Brasileira de Óleos Vegetais (ABIOVE) onde representa a BUNGE, detalhou com precisão um a um os 15 pontos considerados como essenciais para a manutenção e recuperação do setor primário da economia para os Deputados que compõe a Comissão da Agricultura.

            Certamente que por ser um Palestrante que representa a maioria dos financiadores e compradores da nossa produção de soja, o evento revestiu-se de grande importância. É bom que chegue às hostes palacianas, não pelos produtores rurais, informações  acerca do endividamento rural que já extrapola a casa dos R$ 80 bilhões e para assustar qualquer analista econômico a informação de que o endividamento rural representa aproximadamente 55% do PIB agrícola.

            É igualmente importante a proposta de criação da Agência de Defesa Agropecuária pública e privada. É importante, também a demonstração dos benefícios que os produtores rurais brasileiros ofereceram ao meio ambiente em função do avanço tecnológico na produtividade que elevou a produção em três décadas de 1,4t por hectare para 3,2t por hectare nas dezesseis principais culturas, este fato representou mais de 50 milhões de hectares de desmatamento evitado em todo o Brasil.

            Um fato também constatado foi o de atribuir a necessidade de implementar o Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) como forma de elevar a nossa competitividade. Em vários outros aspectos a palestra demonstra perfeito conhecimento dos problemas do setor, que segundo Carlos Lovatelli passa inclusive pela necessidade da criação de um Ministério exclusivo para tratar de Comércio Exterior, separando esta questão das complexas relações diplomáticas.

            E assim, outros temas foram abordados como a dotação orçamentária do MAPA,  crédito rural, seguro rural, tributação, parceria pública privada e custo Brasil, segurança fundiária, marketing e venda de produtos, contratos nas cadeias produtivas, negociação internacional, normas e certificações, sustentabilidade, pesquisa, desenvolvimento & inovação e Agroenergia. Tudo em sintonia com os anseios e necessidades dos Produtores Rurais.

            A conclusão que poderemos tirar de tudo isto é uma só! De fato o setor agropecuário se encontra num momento delicado, afinal, não podemos perder de vista, especialmente, no caso de Mato Grosso, que o palestrante representa as empresas que financiam aproximadamente 80% da produção agrícola. Podemos entender ainda, como um sinal para o setor e para o Governo que a sustentabilidade da atividade já é questionável e, que precisa ser revista. Fica apenas uma indagação: Qual a responsabilidade de cada segmento da cadeia pelo cenário apresentado?

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