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A Possível Recuperação da Ovinocultura


Mario Hamilton Villela

A ovinocultura riograndense vive um momento de transição. O rebanho ovino gaúcho que já chegou a atingir um total de quase 13 milhões de cabeças, hoje está reduzido ao redor de 6 milhões. Essa população ovina era quase toda destinada a produção de lã. Este mercado à nível mundial perdeu significativamente espaço para as outras fibras e esse episódio, aliado a outros de menor monta, conduziu o setor a uma descapitalização e levou o produtor ao mais profundo desestímulo.

Lembro -me que houve uma época, não muito distante, .onde a ovelha através de sua lã pagava todo o custeio do estabelecimento rural. Hoje, a renda gerada por esse segmento do processo produtivo, dentro do cômputo geral de uma empresa rural é quase inexpressiva.

A breve retomada de nossos Lanifícios, aliás uma das reflexões que frisava em muitos de meus textos e através dos comentários radiofônicos que semanalmente apresento, estimulará o soerguimento da produção ovina e o que é de importância imediata gerará logo quase 150 novos empregos.

A reabilitação desse complexo agro-industrial somado a um bom programa de incremento a produção de carne ovina, poderá, sem dúvida, dar novos alentos ao desenvolvimento da ovinocultura no Rio Grande do Sul

desenvolvimento de um bom programa de produção de carne ovina, deve ser estabelecido com objetivos bem claros e partindo da utilização das nossas raças tradicionais que seriam a base para a implementação de cruzamentos tecnicamente orientados. Este programa ( produção de carne ovina ) paralelo, tem como grande aliado o extraordinário potencial de consumo de carne existente no País. Situação esta que não é comum em outros países tradicionais criadores de ovinos.

O desenvolvimento da ovinocultura auxiliará na retomada da organização do setor primário e contribuirá para a melhoria das condições de vida da famílias rural e ajudará decisivamente na redução do êxodo rural.

Para o enfrentamento desse novo contexto deve ser articulado com precisão a vontade de inovar no campo com um conjunto bem harmônico de políticas governamentais que viabilizem essas almejadas transformações. Essa nova realidade tem que atender a maior parte da população rural, especialmente da Metade Sul do Rio Grande. Para o êxito dessa necessária parceria: governo, empresa ( agroindústria ) e produtor, tem que ser estabelecida a consciência de que todos devem assumir suas diferentes responsabilidades.

Urge, portanto, que se busque a reabilitação no cenário rural, especialmente de nossa Metade Sul do Estado, dessas opções ( produção de lã e carne ovina ), como uma das saídas para a retomada de nosso processo produtivo. A reativação do segmento ovinocultura deve ser debatida abertamente por toda a comunidade rural como uma alternativa de consolidar a nossa estabilização socioeconômica e retomar, assim, o nosso combalido processo de desenvolvimento rural e a tentativa de nossa inserção definitiva com sucesso no MERCOSUL. Aliás o posicionamento geo-político do nosso Rio Grande do Sul em decorrência do MERCOSUL, tem uma conotação estrategicamente importante e vantajosa, em termos industriais - mercadológicos

O momento para a provocação desse debate sobre - a recuperação da ovinocultura , agora é mias do que oportuno, pois temos que vencer com competência a aparente inércia ou inépcia vivenciada em nosso processo de desenvolvimento rural

Eis aí, mais um grande desafio que nos espera na entrada do novo milênio, retomarmos com sucesso, a produção de ovinos. Por certo venceremos com pordutividade, qualidade, criatividade e sobretudo muita competitividade.

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