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A PESQUISA E A EXTENSÃO RURAL NO BRASIL


Mario Hamilton Villela

Foi na década de 70 que as instituições destinadas à pesquisa e à extensão rural se fortificaram, culminando com a reorganização do Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária, criando-se (em 1973 – este mês está completando 30 anos) a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - EMBRAPA e a Empresa Brasileira de Assistência Técnica e Extensão Rural – EMBRATER (em 1974, lamentavelmente, hoje extinta ).

A primeira, com a finalidade básica de gerar conhecimentos que possibilitem aos agricultores aumentar a produtividade de seu trabalho, proporcionando-lhes melhor qualidade de vida e bem-estar, assegurando, fundamentalmente, a produção de alimentos de matéria-prima para as indústrias, em quantidade suficiente para atender à demanda da sociedade. A segunda, como atuação na busca da modernização e como trabalho precípuo, o de transferir ao produtor rural os conhecimentos gerados pela primeira (pesquisa).

No entanto, na atual conjuntura nacional deve-se, com urgência, priorizar as atenções para a pesquisa e a extensão rural. A primeira, necessitando de muito mais apoio, inclusive, financeiro, para estimular a geração de tecnologias adequadas às condições nacionais.

A pesquisa agropecuária deve ser orientada no sentido de intensificar a divulgação de seus resultados junto aos produtores rurais, com o objetivo primordial de apoiar a produção de alimentos básicos, buscando a adequação tecnológica às disponibilidades de recursos típicos de pequenos e médios produtores.

Deve-se, no atual cenário agrícola, dar a devida ênfase, entre outras áreas, às de biotecnologia e microbiologia do solo, como forma necessária e fundamental de minorar a triste dependência da agricultura brasileira da tecnologia importada.

É através do progresso tecnológico que os agricultores, notadamente, os pequenos produtores terão as reais condições de alcançar para si e suas famílias o progresso econômico e social.

A pesquisa deve, portanto, identificar qual é o ponto de estrangulamento da pequena propriedade, gerando tecnologias apropriadas, concentrando-se nos recursos que mais restringem esses agricultores.

E a situação da Extensão Rural como está?

Deveria ser, sem dúvida, a responsável pela difusão da tecnologia, principalmente, para o pequeno produtor e para toda a sociedade, na busca incessante da promoção do homem do campo e, como decorrência, na obtenção de um maior desenvolvimento rural.

A Extensão Rural tem sido em qualquer país, sem dúvida, um instrumento de grande valia para o produtor rural, notadamente, para o pequeno e médio agricultor.

No momento, o Sistema Brasileiro de Extensão Rural deveria estar investindo, maciçamente, no aperfeiçoamento de seus métodos de ação, aumentando o número de agentes de campo. Desta forma, estar-se-ia contribuindo para o grande salto que se pretende dar na produção de alimentos básicos na melhoria da qualidade de vida da família rural. No entanto, o que se constata, para pasmar, no quadro da realidade nacional, paradoxalmente foi, “simplesmente” a extinção do Sistema (Embrater).

Jogou-se, assim, totalmente fora um trabalho sério advindo da década de 70; desorganizou-se a extensão rural no País, como conseqüência, levou-se mais desânimo, descrença e desalento à tão sofrida agricultura brasileira.

Clama, portanto, o País com a urgência devida, para evitar a continuidade de fatos desastrosos a sua economia rural, que se implante uma política agrícola, planejada, séria, duradoura e elaborada com a participação de todos os segmentos de sua agricultura.

Para que se atinja o almejado desenvolvimento nacional da agropecuária, deve existir uma perfeita integração entre pesquisa, extensão, ensino de Ciências Agrárias e o homem do campo.

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