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2013 será melhor (?)



Argemiro Luís Brum
Considerando que as condições já estão definidas para 2012 e praticamente nada mudará de muito substancial nesse restante de ano, nos cabe agora iniciar a construção de perspectivas para 2013. Nesse sentido, é possível esperar sim algumas melhorias pontuais na economia brasileira. Todavia, as mesmas não deverão permitir um afrouxar de cuidados, pois o cenário macroeconômico, em especial externo, continuará a exigir muita atenção. Começando por esse ponto, cabe dizer que as dificuldades de recuperação da economia mundial devem permanecer, porém, salvo uma radicalização na posição alemã quanto ao auxílio aos países em dificuldades na União Europeia, o quadro parece estabilizar e lentamente melhorar, podendo a União finalmente terminar o próximo ano com um leve crescimento positivo. Os EUA e o Japão, apesar da estagnação existente em suas economias, deverão igualmente avançar um pouco em suas recuperações, porém, ainda de forma lenta. A preocupação maior reside na China, país que acaba de adotar fortes medidas de ajustes estruturais para conter o importante recuo de seu PIB (previsto para 7,5% em 2012). No curto prazo, no país asiático, pouca coisa irá mudar, mas se os 55 projetos, orçados em R$ 320 bilhões, começarem realmente a ser aplicados, o horizonte econômico poderá clarear. Isso será positivo para todos, já que não se pode esperar muita coisa dos demais países mundo afora, pois pouca expressão possuem no cenário internacional diante do tamanho da crise mundial que se enfrenta há cinco anos.
2013 será melhor (?) (II)
E o Brasil neste contexto? No conjunto a situação deve melhorar, na medida em que o PIB se recuperará um pouco. Não se pode descartar um aumento de 3% a 3,5% na geração de riqueza, a partir das medidas pontuais adotadas neste ano pelo governo (continuidade no estímulo ao consumo) e, particularmente, na tão esperada recuperação das safras agrícolas no Sul do país. Recuperação esta que depende do clima obviamente, porém, se vier encontrará um cenário de preços ainda bastante interessante, aumentando a liquidez do agronegócio. Agora, é importante lembrar que a recuperação do PIB nacional não será suficiente para as necessidades do país, será ainda muito pontual, e sua sustentabilidade a níveis mais elevados continuará dependendo de reformas estruturais que estão longe de ocorrer. Assim, muito ainda ficará na dependência de ações de curto prazo do governo, as quais têm deixado um rastro importante de endividamento e inadimplência. Além disso, algumas bolhas econômicas ainda estão para estourar, caso do setor imobiliário. Mas no geral, e particularmente regional, o quadro tende a ser melhor. Mesmo porque, pior do que está será difícil chegar, embora não impossível. Nesse quadro, alguns indicadores deverão mudar de direção. A inflação deverá continuar preocupando; o juro básico (Selic) voltará a subir (o mercado espera 8,5% para o final de 2013); os dólares entrarão em maior número no país; o Real voltará a se valorizar um pouco, embora o governo o deseje ao redor de R$ 2,00; e a geração de emprego estacionar.

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