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2013: A luta pelo crescimento



Argemiro Luís Brum
Após ter amargado um crescimento ao redor de apenas 1% em 2012 (o número oficial deverá sair apenas em março), nosso país ingressa no novo ano lutando para melhorar a performance econômica. Pelas necessidades concretas do país, um crescimento adequado, que possa servir de base para um real desenvolvimento de longo prazo, precisaria atingir, anualmente, algo entre 6% e 7%. Infelizmente, para 2013, as condições para tal ainda não estão reunidas. E, da forma como o gerenciamento econômico nacional está sendo feito, dificilmente o será nos próximos anos (é bom dizer que nunca o alcançamos em nossa história). Assim, nosso crescimento (PIB) para 2013 deve ficar entre 3% e 3,5%, embora o governo, mais uma vez, trabalhe com índice até superior a 4%. Ou seja, o ano será melhor do que o passado, porém, insuficiente. E a melhoria se dará muito mais pela recuperação das safras agrícolas de verão (se elas ocorrerem) do que pelo incremento da indústria, que vem amargando crescimento negativo. Na prática, precisamos de reformas estruturais profundas. Como elas não saem, e dificilmente sairão a contento diante do quadro político existente no país (veja as eleições recentes às presidências do Senado e da Câmara dos Deputados), nós andamos de lado ao sabor de medidas conjunturais. Dessa forma, esgotado o ciclo de usar o consumidor como trampolim para o crescimento, já que o mesmo chegou a um alto nível de endividamento e inadimplência, o governo busca, finalmente, apoiar os investimentos. Isso é correto, desde que os mesmos não caiam na vala comum da burocracia e da corrupção, como tem sido caso notório nesse país. Ao mesmo tempo, a falta de infraestrutura produtiva, que não se recupera no curto prazo, ao ser pressionada pelo consumo, gera inflação, a qual vem crescendo mensalmente. Para não ter que usar o aumento do juro para contê-la, já que isso freia ainda mais a economia (além da baixa de juros, mesmo que muito parcial, ser uma bandeira política do governo), a área econômica oficial está deixando o Real mais uma vez se valorizar para segurar o preço dos importados, os quais estavam subindo muito em função da desvalorização da moeda no final de 2012. E a conta passa novamente para o exportador e a balança comercial (em janeiro/13 já tivemos um saldo negativo de US$ 4,0 bilhões), fato que nos tira ainda mais competitividade no exterior. E assim o círculo vicioso se fecha e ficamos patinando no mesmo lugar.

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