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2007: Um ano de reação da agricultura; de monitoramentos eficientes e do uso da aplicação aérea - PARTE II


Jeferson Luís Rezende

Comentamos recentemente, num outro Artigo com o mesmo nome, a respeito das Doenças que estão atingindo nossas lavouras, e da necessidade de serem feitos monitoramentos pontuais eficientes nos campos.

Falávamos, por exemplo, de problemas mais comuns e de fácil manejo, como é o caso do oídio; e de outras doenças, mais ou menos severas, como a ferrugem asiática na Soja e a cercospora no Milho.

O clima foi generoso, os preços estão bons, enfim, tudo caminhava para ser uma safra perfeita.

Porém, mesmo havendo um trabalho intenso de monitoramento sobre as lavouras, em particular na região central do Paraná, polarizada por Guarapuava, a ferrugem asiática mostrou a sua "cara", e de forma bastante severa. Talvez, nossos agricultores e até mesmo os técnicos responsáveis pelas suas áreas, não tivessem idéia do quanto esta doença é agressiva, e tenham sido pegos de surpresa. Fenômeno parecido com o que ocorreu num passado recente em outras regiões do País.

Muitas lavouras de SOJA sofreram ou estão sofrendo perdas significativas em razão desta doença, e alguns dos muitos tratamentos – aéreos e terrestres - efetuados não tiveram o resultado esperado. Isto, provavelmente, porque houve "erro" de avaliação. Tendo sido feito um combate tardio ou de maneira inadequada (com produtos focados equivocadamente para o momento). O fato é que algumas lavouras sofreram danos substanciais, que poderiam ter sido evitados de alguma maneira.

Surpreendentemente, estamos vendo alguns produtores rurais culpando a AVIAÇÃO AGRÍCOLA pela ineficácia do tratamento fungico. Alguns chegam a dizer claramente, que: "o fungicida não funcionou porque foi aplicado de avião". Em nenhum momento, foi ou está sendo considerado se houve ou não erro de posicionamento de produto; postergação da entrada do tratamento, visando reduzir o número de aplicações para apenas duas; ou coisas deste gênero.

Àquilo que havíamos comentado: que o avião sozinho não faz milagres, acabou acontecendo. Chamaram os aviões como bombeiros, para apagar um incêndio já incontrolável, com a doença instalada. Houve, provavelmente, posicionamento de defensivo inadequado (em alguns casos); e devem ter sido cometidos erros de manejo. Mas, é na AVIAÇÃO AGRÍCOLA que a "corda" está arrebentando.

O Avião foi chamado no sufoco, como "bombeirão", e para piorar o quadro, em algumas áreas também havia casos de acamamento nas lavouras, que impedem uma boa cobertura do defensivo aplicado, favorecendo a disseminação de doenças.

Estas ponderações precisam ser consideradas para que não se culpe simplesmente a AVIAÇÃO AGRÍCOLA, que é uma ferramenta eficiente, rápida e produtiva, por problemas que ela não é responsável.

Um "problema" tem várias causas. Cuidar do efeito apenas e não das causas é um erro. O fato é que as pessoas tendem a viver do passado, têm dificuldade para mudar, e são atreladas a fatos que não voltam mais. Isso é um fenômeno cultural normal que nos envolve.

Na medida em que ocorre um avanço tecnológico, como os que estamos assistindo no campo, em função do advento das novas doenças e da necessidade de tratamentos diferenciados; a questão sócio-cultural precisa transformar ou ser transformada. Isto é, a Tecnologia precisa mover barreiras culturais. Neste caso, é imprescindível buscarmos a evolução do sistema vigente, adaptando-se as novas ferramentas ou tecnologias disponíveis. Mas, isto não ocorre muitas vezes de maneira rápida.

É preciso deixar claro que quando utilizada de forma adequada, a AVIAÇÃO contribui para o aumento da produtividade da lavoura, com a redução dos seus custos; e que ela não pode ser culpada por erros de posicionamento de produtos (defensivos), ou de time (momento) de aplicação. Ela afinal, faz parte de todo um sistema de produção, que precisa e deve trabalhar integrado para alcançar os resultados desejados.

 

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