Sistemas ILPF mitigam emissão de gases de efeito estufa
Estudo revela balanço positivo de sistemas agropecuários em relação às emissões de gases
Um estudo realizado no maior experimento de integração laboral-pecuária-floresta (ILPF) do Brasil, sediado na Embrapa Agrossilvipastoril, no Mato Grosso, concluiu que diferentes combinações desses sistemas têm um impacto positivo nas emissões de gases de efeito estufa (GEE) no bioma Amazônia.
Segundo o divulgado pela Embrapa, uma pesquisa comparou dados de sistemas como pastagem solteira de Brachiaria brizantha cv. Marandu, integração laboral-pecuária (ILP), integração pecuária-floresta (IPF) e ILPF ao longo de quatro anos. Todos os sistemas incluíram um balanço líquido de carbono equivalente negativo, diminuindo um sequestro maior do que as emissões.
Os resultados revelaram que o sistema IPF teve o maior saldo, com 51,3 toneladas de carbono equivalente por hectare (ton/CO2eq/ha), seguido pelo ILPF com 39,5. A ILP teve um saldo positivo de 18,8 ton/CO2eq/ha, e mesmo a pecuária convencional sequestrou mais carbono do que emitiu, com 26,8 ton/CO2eq/ha ao longo do período de quatro anos.
Além de medir as emissões de carbono em cada sistema, o estudo utilizou unidades de medida de pegada de carbono, como CO2eq por quilograma de carcaça (carne) e por quilograma de proteína de consumo humano. O IPF foi o sistema que mais sequestrou carbono por quilograma de proteína digerida pelo homem, com 69,32 kg CO2eq estocados para cada kg de proteína consumida.
Embora o sistema ILP tenha apresentado maior emissão de gases de efeito estufa por quilograma de carcaça produzido, todos os sistemas tiveram um balanço negativo, sequestrando carbono para cada quilograma de carne produzido. O metano foi identificado como o gás de maior impacto, especialmente na pecuária solteira e no IPF.
A pesquisa, que coletou dados entre 2015 e 2018, usou tecnologias avançadas, como o equipamento GreenFeed, para medir as emissões de metano entérico pelos animais durante a alimentação.