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Uso de microrganismos biológicos requer cuidados

Variações climáticas afetam produtores de soja no início da safra 2023/24



Foto: Nadia Borges

As regiões Centro-Oeste e Norte do Brasil estão enfrentando desafios intensos devido à instabilidade climática, marcada por chuvas escassas e altas temperaturas, enquanto nos estados do Sul, o excesso de chuvas vem preocupando os produtores no início da safra de soja 2023/24. Essas condições deixaram os agricultores em alerta, especialmente diante do fato de que cerca de 80% de uma área total de 45 milhões de hectares ainda não foi semeada, conforme dados da Conab no início de outubro.

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Os produtores que lidam com as disparidades climáticas precisam adotar medidas cautelares, especialmente aqueles que dependem de insumos biológicos. Fernando Bonafé Sei, gerente de área técnica da Novozymes, ressalta a importância de cuidados específicos em locais onde a distribuição irregular de chuvas tem sido observada, como no Centro-Oeste. Ele destaca a necessidade de um índice mínimo de umidade no solo para o plantio, variando conforme o tipo de solo e sua cobertura. No entanto, dados da Conab indicam que a média diária do armazenamento hídrico tem ficado abaixo de 30% na maioria das áreas do Centro-Norte do Brasil, comprometendo a germinação e o desenvolvimento das culturas semeadas em solo praticamente seco.

Bonafé frisa que a seca e o excesso de calor, como tem ocorrido nos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, são questões problemáticas para a sobrevivência das bactérias. “Quando não é possível semear, o armazenamento da semente sempre deve ser feito em local fresco, arejado e longe da irradiação solar com temperatura e umidade adequadas para manutenção da qualidade da semente e do inoculante aplicado”, salienta o gerente.

Para os produtores que optaram por aguardar para semear sementes inoculadas industrialmente, Bonafé alerta sobre a importância de monitorar a longevidade dos microrganismos biológicos, já que alguns inoculantes bloqueiam a semeadura rápida para garantir a sobrevivência das bactérias.

Em relação ao excesso de chuvas, observado em estados como Santa Catarina e Rio Grande do Sul, o gerente técnico da Novozymes destaca que o desafio não está na parte biológica relacionada à fixação de nitrogênio, mas sim na plantabilidade, germinação e ocorrência de doenças. Nesses casos, a enxurrada pode expor as sementes, danos causados ??pelo excesso de umidade e falta de luz solar e energia para as plantas são fatores preocupantes.

Fernando Bonafé Sei destaca a importância do manejo adequado no início da safra, enfatizando que isso pode determinar a produtividade da mão de obra. Equilibrar os nutrientes do solo é crucial, e ele recomenda que os agricultores façam análises prévias do solo e monitorem a nutrição das plantas por meio da análise foliar para preparar especificamente a próxima safra (2024/25).

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