A Tyson Foods, a ConAgra Foods e outras fabricantes de produtos alimentícios terão custos menores no primeiro ano de vigência da lei de rotulagem de país de origem do que os US$ 1,9 bilhão previstos pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), informou um relatório do Escritório Geral de Contabilidade (GAO, na sigla em inglês). Os frigoríficos e as grandes de redes de supermercados, como a Safeway, se opõem à lei de procedência da carne, que faz parte do Farm Bill de 2002, alegando que isso custaria a eles aproximadamente US$ 1 bilhão ao ano para documentar onde os animais foram gerados, criados e vendidos. Muitas companhias de alimentos já mantêm, rotineiramente, esses registros para cumprir outras leis, informou o relatório.
Origem inflada
"O GAO considerou a estimativa de custo do USDA usada para justificar o adiamento da rotulagem de país de origem inflada e não encontrou nenhuma documentação do USDA para defender seus custos exagerados", disse o senador Tim Johnson, o democrata de Dakota do Sul que redigiu a provisão de rotulagem.
Os representantes republicanos votaram em junho contra conceder recursos para bancar o programa de rotulagem da carne. Os Estados Unidos já rotulam a carne exportada para o Japão, o maior consumidor de carne bovina norte-americana, como parte de um acordo alcançado com o governo japonês depois que foi descoberto um caso de doença da vaca louca em uma vaca de Alberta, Canadá, disse Johnson. O Japão exigiu que os EUA certificassem que nenhuma de suas exportações de carne bovina provenha do Canadá.
O relatório elaborado pelo GAO, o braço investigativo do Congresso, chamou a estimativa do USDA do custo da implementação da lei no seu primeiro ano "questionável" e "não muito bem sustentada". A Farm Bill pede para que as companhias estejam em conformidade com as provisões de rotulagem até 30 de setembro de 2004. Julie Quick, uma porta-voz do USDA, disse que os altos funcionários do departamento não leram o relatório e por isso não podem fazer comentários.