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Empresas investem na uva sem semente para aumentar exportações


A gerência da Netafim na região Nordeste consolidou esta semana dois grandes contratos de fornecimento de equipamentos para irrigação. Um dos projetos, orçado em R$ 1,5 milhão, foi negociado com a Agropecuária Labrunier - braço agrícola do grupo Carrefour, com atuação no sub-médio São Francisco, mais precisamente no município em Petrolina (PE).

O investimento da Agropecuária Labrunier prevê o cultivo, a partir de dezembro, de 220 hectares irrigados de uva sem semente. A meta é atender a demanda crescente por esse tipo de fruto, abastecendo as prateleiras do grupo Carrefour - rede de hipermercados que, incluindo o Brasil, possui nove mil lojas, distribuídas em 30 países, em três continentes.

A tecnologia adotada no projeto é a de gotejamento, com sistema automatizado de irrigação. A expectativa é de que a produção alcance 25 toneladas anuais de uva por hectare, volume que vai se somar a outros 500 hectares já cultivados pela Labrunier na região de Petrolina. A prioridade da empresa é o mercado externo, onde a cotação da fruta é mais elevada.

"É um projeto significativo para e região e vai utilizar a tecnologia disponível mais avançada do mundo", observa Flávio Miranda, gerente regional da Netafim - empresa de origem israelense, com nove fábricas, em seis países, e considerada líder mundial em sistemas de irrigação de baixo volume (tecnologias de gotejamento e micro-aspersão).

O outro projeto foi negociado com a Guararapes Agrícola, também sediada em Petrolina e ligada ao grupo Queiroz Galvão. A empresa está investindo R$ 800 mil em equipamentos de irrigação para implantar, a partir de outubro, 105 hectares de uvas sem semente, também com foco nas exportações do produto. "A demanda pela uva sem semente na Europa, especialmente Inglaterra, cresce de uma forma constante e justifica os novos investimentos", observa Alberto Galvão, superintendente da Associação dos Produtores e Exportadores de Hortigranjeiros e Derivados do Vale do São Francisco (Valexport).

Preço maior

De acordo com Alberto Galvão, a região do sub-médio São Francisco possui hoje cerca de 9 mil hectares plantados com uva, dos quais 2,5 mil hectares com a variedade sem semente. "Mas num prazo de 3 ou 4 anos, o cultivo sem semente pode chegar a 5 mil hectares", assinala. Segundo ele, o produto tem cotação, no mínimo, duas vezes superior ao preço da uva com semente.

Dados do Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf), apontam a uva (com ou sem semente) como o quarto fruto mais produzido no mundo. Para um volume global de 62,38 milhões de toneladas o Brasil contribuiu, no ano passado, com uma colheita de apenas 1,09 milhão de toneladas - ou 1,7% do total.

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