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Dívidas do Frigorífico Chapecó chegam a aproximadamente R$ 1 bilhão


As dívidas do Frigorífico Chapecó, um dos maiores do Brasil na produção de suínos e aves, atingem cerca de R$ 1 bilhão. A afirmação é do presidente da Chapecó, Celso Mario Schmitz, que prestou depoimento nesta segunda-feira (25-08) na CPI das Carnes, em Porto Alegre, para esclarecer a denúncia sobre a prática de dumping por parte do frigorífico quando havia sido adquirido pelo grupo Macri com recursos do BNDES, no final de 1999. Em novembro deste ano, o banco investiu US$ 138 milhões para financiar as exportações da empresa.

Segundo ele, essas afirmações não procedem e alegou que a Chapecó sempre praticou preços de mercado. “Nenhum fornecedor vai vender o quilo do suíno a R$ 1,00 quando pode comercializar a R$ 1,20”, justifica. Também destacou que 70% dos débitos totais do frigorífico são dolarizados e anteriores à entrada do Macri. Entre 1993 e 94, a Chapecó obteve empréstimo de US$ 34 milhões com o Banco Mundial. Schmitz ressalta que as dívidas com fornecedores e bancos vêm sendo pagas em parcelas.

No dia 31 encerra o prazo para que todas as dívidas da Chapecó com passivo bancário e fornecedores sejam acertadas. Desta forma, o grupo Coimbra assume o controle acionário da empresa. O valor chega a R$ 175 milhões, mas pode ser menor caso o frigorífico não consiga pagar as dívidas ou cumprir a data estabelecida. “Poderemos ter mais alguns dias em setembro para acertar os débitos, mas precisamos entregar a Chapecó com passivo zerado. Se ficar algum ativo será somado ao preço, e se tiver algum passivo será reduzido do preço”, explica.

Atualmente, somente as dívidas com os produtores integrados da planta de Santa Rosa, no Rio Grande do Sul, foram acertadas. Para as outras unidades, Schmitz afirma que, “caso ocorra a venda para a Coimbra, cada produtor integrado com direito a receber até R$ 50 mil terá a quantia paga integralmente. Acima desse valor ocorrerá deságio, sendo que o sistema financeiro terá um deságio ainda maior”, relata.

Se confirmada a venda, a reativação do frigorífico inicia em outubro para os abates de suínos e o alojamento de aves, sendo que os abates de frango iniciariam em novembro. Hoje, a planta de Cascavel, no Paraná, está arrendada para o grupo Globoaves/Sadia e as demais estão paralisadas ou prestando trabalhos de congelamento e pequenos abates. De acordo com o presidente da Chapecó, todas as unidades estão em condições de retomarem as atividades já para as próximas 24 horas, ou seja, todo o trabalho técnico está pronto para a qualquer momento ser reativado.

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