Criadores de suínos de Mato Grosso do Sul devem solicitar abertura de uma Comissão Parlamentar de Investigação (CPI), como já vem ocorrendo no Rio Grande do Sul. O presidente da Comissão Estadual de Suinocultura pela Famasul (Federação da Agricultura de Mato Grosso do Sul), Ademar da Silva Júnior, afirma que a próxima reunião da Comissão deve acontecer na primeira semana de setembro e vai discutir a crise enfrentada pelo setor. A estimativa é que a quantidade de matrizes tenha sido reduzida em até 20% no Estado, ou seja, os criadores se desfizeram de 9 mil das 45 mil matrizes desde o ano passado.
Essa situação reflete a crise enfrentada pelos baixos preços e altos custos de insumos, pressionados principalmente pelos componentes da ração, como a soja e o milho. Ademar afirma que o impacto em Mato Grosso do Sul, onde muitos criadores também associam outras atividades, não chega a ser tão grande quanto no Sul, onde 80% dos criadores são pequenos, mesmo assim a situação é preocupante.
“Vamos avaliar a posição de outras federações e ver se é possível realizar ou não o trabalho de sensibilização da bancada para constituição de uma CPI”, afirma. O consultor da Rural Business, Júlio Brissac, afirma que a suinocultura é o mercado mais complicado de carnes porque além de ter muita gente integrada também tem as grandes indústrias envolvidas, com lucratividade bastante elevada.
Por isso, acredita na tendência de uma avaliação da cadeia dentro de CPI, mas lembra que é preciso encaminhamento pós-investigação para que os gargalos aos produtores e aos consumidores, que pagam o maior preço, sejam minimamente sanados. “O setor deve passar por radiografia e exigir uma situação pós CPI”, defende.