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CNBB vai seguir posição do Vaticano quanto aos transgênicos


A perspectiva de uma posição favoravel à transgenia por parte do Vaticano poderá forçar uma revisão do discurso de autoridades religiosas brasileiras. "Vamos seguir a orientação da Santa Sé", disse o secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Odilo Scherer. A Comissão Pastoral da Terra (CPT) tem se colocado tradicionalmente contra os alimentos transgênicos, participando, até mesmo, de protestos junto ao MST contra a tecnologia. "É um tema que está em estudo pela Igreja, assim como pela comunidade científica."

O Vaticano anunciou ontem que planeja organizar um encontro ainda este ano para discutir a segurança dos organismos geneticamente modificados (OGMs). Em Roma, o arcebispo Renato Martino adiantou que a Igreja deverá publicar, em setembro, documento oficial a favor dos transgênicos no combate à fome. Ele preside a Academia Pontificia de Justiça e Paz e, até 2002, representava o Vaticano na ONU. Em texto de 2001, o colegiado conclui que a "agricultura como é praticada hoje é insustentável" e "as técnicas de modificação genética de variedades agrícolas podem dar importante contribuição na solução desse problema". O relatório reconhece que os transgênicos podem ser cultivados de forma segura, com benefícios para a produção de alimentos.

Para o presidente da CPT, Tomas Balduino, a transgenia representa ameaça à agricultura familiar, que se tornaria refém de multinacionais. Ele pretende encaminhar ao Vaticano cópia de um abaixo-assinado de 14 bispos da CPT contra os OGMs.

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