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BNDES apóia combustíveis renováveis


De olho no potencial do mercado internacional de álcool carburante a partir da implementação do Protocolo de Quioto, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) está disposto a apoiar investimentos para a produção de combustíveis renováveis.

O mercado externo de álcool anidro é hoje relativamente pequeno, com a comercialização de 4 bilhões de litros anuais. Mas as perspectivas de crescimento são promissoras, motivadas pela tendência de adição de álcool à gasolina, assegura o economista do Departamento de Desenvolvimento Rural do BNDES, Mauro Mattoso. Pelas projeções do mercado, a União Européia (UE) consome atualmente cerca de 4 bilhões de litros/ano de álcool combustível, mas o potencial é de 20 bilhões de litros/ano a partir de 2010, pós Protocolo de Quioto, que estipula cronogramas de redução de emissão de gases responsáveis pelo efeito estufa (CO2). Os EUA, embora relutem a firmar o compromisso de Quioto, têm potencial de expansão do consumo de combustível renovável dos atuais 9 bilhões de litros/ano de metanol (a base de milho) para 20 bilhões em 2014. Também no Japão, o consumo em potencial estimado é de 12 bilhões de litros/ano, já que o país se comprometeu a reduzir a emissão de CO2 entre os anos 2008 e 2012, a valores 6% inferiores à emissão registrada em 1990.

Mattoso diz que o Brasil tem competitividade para ser o maior fornecedor mundial desse mercado ampliado de álcool combustível. O País já o maior produtor mundial de álcool, com 12,7 bilhões de litros por ano e capacidade instalada para 16 bilhões de litros/ano.

Segundo o especialista do BNDES, o custo de produção do álcool combustível produzido pelo Brasil a partir da cana-de-açúcar é de US$ 0,19 por litro. Nos Estados Unidos, o custo do álcool de milho é de US$ 0,33 por litro e na UE, de US$ 0,55 para o combustível de beterraba.

A questão da produção de álcool como potencial gerador de divisas e de empregos será debatida em seminário nos próximos dias 25 e 26 na sede do BNDES, no Rio.

No seminário, serão debatidas as vantagens comparativas entre a produção brasileira e a dos principais países produtores, além das possibilidades de expansão da fronteira agrícola para o plantio da cana.

Empresas exportadoras já se prepararam para garantir, no futuro próximo, fatias expressivas do mercado intencional de álcool anidro. É o caso da Coimex Trading que firmou recentemente joint venture com a Mitsui &Co, uma das maiores tradings japonesas, para se preparar para possíveis exportações de álcool combustível para o Japão. A parceria resultou na criação da CM Bionergia Internacional Importação e Exportação de Combustíveis Ltda. O álcool anidro não faz parte da pauta de exportações brasileiras para o Japão. Mas o país analisa a adição do álcool à gasolina, visando à redução do efeito estufa.

kicker: Investimento tem o objetivo de aproveitar potencial do mercado internacional

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