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CMN aprova prazo e volume de recursos maiores para EGF do café


(29/08/2003 - Coffee Break) -O CMN (Conselho Monetário Nacional) aprovou na quarta-feira, dia 27 de agosto, o aumento de prazo para a liquidação dos financiamentos de créditos de EGF para café. De acordo com o definido pelo Conselho, o prazo passa para o dia 31 de março de 2004 — anteriormente o prazo era até 10 de dezembro. Também foi aprovado pelo CMN que o limite de crédito por produtor nos financiamentos de EGF passa para 140 mil reais. Com o aumento do crédito, o governo igualou o valor da comercialização ao montante liberado para o custeio da safra. Ainda no dia 27, a direção de crédito rural do Banco do Brasil informou que estará, de forma imediata, liberando um total de 50 milhões de reais a serem aplicados pela instituição na liberação de créditos de EGF. Com essa informação, o setor produtor trabalha com a perspectiva de que cerca de 200 milhões de reais sejam alocados, de maneira rápida, para o setor em forma de financiamentos de EGF.

Tirando dúvidas — Foi realizada na tarde do dia 27 de agosto, em Brasília, uma reunião envolvendo representantes da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), o secretário de produção e comercialização do Ministério da Agricultura, Linneu da Costa Lima, o diretor do Decaf, Vilmondes Olegário, além do diretor do Conselho Nacional do Café, Manoel Bertone, e o coordenador do escritório CNC/CNA/OCB, Luciano Ribeiro. A reunião foi efetuada buscando prestar um esclarecimento sobre as normas de qualidade para os cafés a serem entregues à Conab, no caso do cumprimento das opções. Os representantes do Ministério da Agricultura informaram que a instrução sobre os leilões de opção será adequadamente cumprida, não havendo motivos para preocupações por parte dos produtores que adquiriram o direito de venda nos leilões. O comunicado emitido recentemente pela Conab classificando os cafés a serem encaminhados ao governo, de acordo com os membros do Ministério, serviu apenas para facilitar o entendimento das regras já especificada pela instrução normativa número 8, publicada em 11 de junho deste ano. Essa instrução rege as eventuais compras de café a serem realizadas pelo governo federal. O edital que regularizou os leilões de opção já mencionava que a qualidade do grão a ser entregue deveria obedecer a normas específicas de qualidade. Nos leilões do ano passado, por exemplo, essa qualidade foi normatizada pela instrução número 048, de 16 de fevereiro de 2002, sendo que neste ano tal instrução foi sucedida pela número 8, cujo teor é idêntico ao de sua antecessora. Os membros da Conab e do Ministério da Agricultura ressaltaram que as normas para o leilão não sofreram modificação e que as preocupações dos produtores não procedem. Visando padronizar os procedimentos de classificação dos cafés das opções eventualmente exercidas, o Ministério da Agricultura também organizou, há alguns dias, uma reunião com classificadores nas quais os procedimentos foram esclarecidos e se buscou uma uniformidade de procedimento. Ao encerramento da reunião, os membros da produção apontaram que os esclarecimentos apresentados pela Conab e pelo Ministério transmitem segurança àqueles que adquiriram o direito de venda de seus cafés. Os membros da produção destacaram que o governo tem a prerrogativa de se proteger contra qualquer movimento que vise oferecer a ele um produto fora das especificações expostas na instrução normativa e que, diante do exposto pelos membros da Conab e do Ministério, não haverá nenhum sobressalto para que a entrega do produto seja concretizada.

Contrabando — A pesar de na Colômbia estar proibida a comercialização do inseticida endosulfan para o uso agrícola, em algumas zonas cafeeiras do país a mercadoria está sendo adquirida através de contrabando, com nomes diferentes e/ou produtos falsificados. De acordo com uma empresas especializadas em exames toxicológicos, esse uso proibido do endosulfan dificulta a certificação da qualidade do produto, já que ele vem de contrabando e, por conseguinte, causa maiores danos à saúde dos produtores Segundo Adriana Zamora, médica toxicológica, os produtos agroquímicos contrabandeados são perigosos pois não passam por vigilância ou controle algum do Estado, de produtores industriais ou de comerciantes, uma vez que estão sendo vendidos sem registro e sem acompanhamento. Em junho de 2001, o ICA (Instituto Colombiano Agropecuário) cancelou os registros de venda de todos os produtos que contenham o endosulfan em sua fórmula. O endosulfan apresenta resultados bastante favoráveis no combate à broca, praga que aumentou fortemente sua infestação em lavouras colombianas nos dois últimos anos. No Brasil o produto é vendido sem maiores restrições. O contrabando do produto na Colômbia é feito, principalmente, do Peru e Equador.

Broca — A safra 2003/04 da Índia, que começa a partir de outubro, corre o risco de ser prejudicada pela infestação da broca. De acordo com o diretor da Karnataka Coffee Brokers, Arun Bisappa, a praga já infestou entre 5% e 7% das plantações da província de Karnataka, a maior produtora de café do país. Ainda segundo Bisappa, não é possível estimar as perdas, porém os membros da Upasi (Associação dos Produtores Unidos do Sul da Índia) irão se reunir nos próximos dias para realizar um levantamento que deverá apontar o tal dos prejuízos que a infestação poderá causar. Em 2002/03, o país produziu 275 mil toneladas de café, das quais 70% foram remetidas ao exterior. Para a safra 2003/04 ainda não há estimativa oficial de colheita.

Aces — Depois de 32 anos no mercado, a Aces (Aerolinhas Centrais da Colômbia), de propriedade da Federacafé (Federação Nacional de Cafeicultores da Colômbia), findou suas rotas. Em reunião a portas fechadas, os acionistas majoritários decidiram que a Federação não se envolverá mais com o negócio aéreo devido ao alto preço dos combustíveis e à desvalorização que as ações da empresa vinham sofrendo, cerca de 30%. Segundo seu presidente, Gabriel Silva Luján, a Federacafé priorizará somente o comércio do café. Essa decisão criou um mal estar entre os acionistas minoritários da Aces que se sentiram prejudicados om uma decisão tão radical.

Qualidade — O CQI (Instituto de Qualidade do Café de El Salvador) e Chemonics (Projeto de Qualidade do Café) formaram uma aliança para desenvolver o "Programa Regional de Capacitação de Catadores". Esse novo programa terá o nome de Star Cupper Program. O objetivo é capacitar dez catadores, de cada país da América Central e República Dominicana, sobre a qualidade do café, com ênfase no mercado de cafés especiais. O CQI tem a intenção de criar um contrato "Q", baseado na qualidade do grão. Tal contrato seria uma alternativa tradicional do "C", negociado em Nova Iorque. Os catadores certificados pelo "Star Cupper Program" poderão emitir um exame de certificação para cafés de alta qualidade.

Retomada — A EDF Man Holdings, empresa inglesa especializada em commodities, comemora 220 anos de atividade e reinicia seus negócios no Brasil através de sua subsidiária MMEJ, que completa 161 anos. A partir de setembro, a Man passa a contar em sua equipe com dois ex-integrantes da Coimex: Sergio Wanderley, como diretor-executivo, e César Calmon, como chefe da mesa de exportações. Wanderley e Calmon começarão a operar em setembro e para isso atuarão como empresa independente e mantendo as relações comerciais, estabelecidas ao longo de suas carreiras, com os importadores. Essa operação integra a estratégia global da Man de crescimento no agronegócio café. Atualmente, a Man Café mantém investimentos no leste europeu, oeste da África, leste da África, sudeste da Ásia e possui filiadas nas Américas do Norte, Central e do Sul. Iniciando as operações no Brasil, a Man espera movimentar 7 milhões de sacas de café ao ano. O escritório principal será no Rio de Janeiro, muito próximo da Rua do Sabão, atual Visconde de Inhaúma, local onde, em 1842, o imigrante inglês Edward Johnston fundou a empresa inicial, E. Johnston. No ano de 1876 ela foi a maior exportadora pelo porto do Rio e na virada do século, 1902/03, atingia um volume de exportação de mais de 1 milhão de sacas. O nome atual veio da fusão, na década de 70, com a empresa Marcelino Martins. Em Santos ficará a mesa de comercialização interna e de controle de qualidade. A empresa negociará café de todas as variedades em todas as regiões, com filiais nos Estados do Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia.

Concurso — O Ministério da Agricultura e a Apex (Agência de Promoção de Exportação do Brasil) promoverão o 5º concurso de qualidade “Cafés Brasil”. O objetivo do concurso é selecionar lotes de cafés de alta qualidade e adequados às exigências do mercado internacional de cafés especiais para serem comercializados através de leilões internacionais. As amostras devem estar beneficiadas e classificadas como tipo 2 pela tabela de Classificação Oficial Brasileira, contendo as peneiras 16 acima, com vazamento máximo de 5% e com teor de umidade máximo de 12%. O resultado do concurso será divulgado em 3 de novembro e os vencedores poderão participar do leilão internacional pela internet organizado pela Alliance for Coffee Excellence, com apoio da BSCA (Associação Brasileira de Cafés Especiais) e da SCAE (Speciality Coffee Association of Europe), que ocorrerá no dia 9 de dezembro. Os lotes selecionados ficarão armazenados na Cooperativa Regional de Cafeicultores de Guaxupé. As inscrições e o envio de amostras de café deverão ser feitos entre 1º e 26 de setembro na sede da Associação Brasileira de Cafés Especiais, em Alfenas, Minas Gerais.


Em destaque

* A Nybot, que controla o CSCE (Coffee, Sugar and Cocoa Exchange) anunciou a alteração do seu horário de funcionamento a partir do dia 2 de setembro, quando a bolsa já pretende ter mudado seu "pit" (local onde ocorre o pregão) para o Nymex (New York Mercantile Exchange). Os mercados de café, suco e algodão passam a operar em períodos mais longos, enquanto açúcar e cacau mantêm os horários anteriores. As operações do café serão efetuadas entre 10h15 e 13h30, horário de Brasília.

* A produção de café no estado de São Paulo vai alcançar 2,84 milhões de sacas, uma baixa de 38% em comparação com as 4,67 milhões de sacas colhidas na temporada passada, segundo a última estimativa divulgada pelo Instituto de Economia Agrícola. Os especialistas em café do IEA observaram que a produtividade obtida com a atual safra ficou restringida pela seca ocorrida no período de floração no fim do ano passado.

Fonte: Coffee Break (www.coffeebreak.com.br)

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